"Não é minha intenção a reeleição", afirmou López Obrador. O Presidente acusa os conservadores de bloquear a iniciativa de revogação do mandato. Atual mandato termina em 2024.
O Presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, assinou esta quinta-feira perante um notário o compromisso de não se recandidatar para “não dar aos conservadores o gosto” de o compararem com o ditador Porfirio Díaz, no poder durante 34 anos.
Vamos assinar perante o notário o documento para que publicamente volte a ficar declarado que não é minha intenção a reeleição”, disse o chefe de Estado na sua conferência de imprensa diária.
López Obrador revelou em março um documento no qual se compromete a não concorrer à reeleição, mas optou agora por oficializar a promessa. O chefe de Estado reiterou o seu compromisso com os princípios do sufrágio universal e da não reeleição, aos quais acrescentou o da “não corrupção”. Nesse sentido, disse ter enviado ao Congresso uma iniciativa de revogação do mandato, para se submeter a essa medida em 2021, mas voltou a acusar “os conservadores” de bloquearem esta decisão.
Oxalá que seja promovida esta reforma constitucional, e depressa. Oxalá se retirem os privilégios ao presidente e aos altos funcionários públicos, e depressa. Essa é outra iniciativa da responsabilidade do Congresso”, disse.
O Presidente mexicano aludiu ainda a uma emenda ao artigo 35.º da Constituição para facilitar as consultas cidadãs na sequência de diversas decisões governamentais.
López Obrador recorreu à história para apoiar a sua decisão e recordou que o grande argumento de Porfirio Díaz, “que no fim de contas era o líder do conservadorismo”, era a não reeleição. “Em pouco dias acabou por derrubar o presidente Sebastián Lerdo de Tejada em 1876. E ficou durante 34 anos”, frisou.
Assinalou ainda que decidiu oficializar o seu compromisso de não se reeleger porque não pretende “dar aos conservadores o gosto” de o compararem com os seus ídolos. Isso indigna-me”, assegurou. “[Vou cumprir o mandato] até 2024, se o povo quiser e se a ciência, a natureza e o criador o permitirem”, acrescentou.
Fonte: Observador