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17/09/2018

Valorização do serviço extrajudicial pauta debates no XXVII Congresso Estadual dos Notários e Registradores de Minas Gerais

Para as associações, é preciso divulgar o bom trabalho dos cartórios para acabar com a imagem negativa que está sendo vinculada às serventias
 
O segundo dia de palestras do XXVII Congresso Estadual dos Notários e Registradores de Minas Gerais, na sexta-feira (14.09), começou com um debate que uniu os representantes de diversas entidades mineiras de cartórios para discutir o tema central do evento: “Os cartórios e suas repercussões sociais e econômicas na atualidade”.
 
“Acredito que não há dúvidas sobre a importância social e econômica dos cartórios, mas falar em um evento como esse é pregar para convertidos. Em muitas pequenas cidades, nós somos a única referência jurídica para a população e precisamos que isso seja valorizado. É necessário levar essa visão positiva para quem não está dentro do extrajudicial e para isso é imprescindível nossa união”, destacou o presidente do Colégio Notarial do Brasil – Seção Minas Gerais (CNB/MG), Eduardo Calais Pereira.
 
“Eu defendo o remembramento das serventias de distritos que tem cartórios que não prestam serviços e são inviáveis economicamente. Hoje, cerca mil cartórios são inviáveis economicamente em Minas Gerais e precisamos repensar essa situação”, ressaltou o presidente da Associação dos Notários e Registradores do Estado de Minas Gerais (Serjus-Anoreg/MG), Ari Álvares Pires Neto.
 
Durante as discussões sobre o tema, o presidente do presidente Colégio Registral Imobiliário de Minas Gerais (Cori/MG), Fernando Pereira do Nascimento, afirmou que “ao contrário do que dizem, os cartórios são solução”. “Estamos desafogando o Judiciário ao prestar serviços como divórcio, usucapião. Temos que combater o discurso de que os cartórios são sinônimo de burocracia”, pontuou.
 
Por sua vez, o interventor do Sindicato dos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado de Minas Gerais (Recivil), José Augusto Siqueira, ressaltou que acredita que para melhorar a condição da classe “é preciso da participação de todos, com sugestões para a associação e principalmente apoio”.
 
“Nós precisamos nos adaptar às novas ferramentas tecnológicas, não podemos virar as costas para essa nova realidade. Somente assim podemos melhorar a nossa imagem para população, mostrando que estamos preocupados em levar o melhor atendimento para eles”, destacou Júlia Botelho Vidigal, presidente do Instituto de Registradores de Títulos e Documentos e Pessoas Jurídicas de Minas Gerais (IRTDPJ-Minas).
 
O presidente da Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Notários e Registradores (Coopnore), Sérgio Afonso Manica, aproveitou a ocasião para destacar um outro ponto importante da atuação dos notários e registradores, lembrando que a classe tem o “dever ético de proteger a nossa Constituição”.
 
A manhã seguiu com a palestra “Gestão Eficiente, Resultados Surpreendentes”, ministrada por Jaqueline Pinheiro Feltrin, diretora executiva da Txai Desenvolvimento, que falou sobre a necessidade de uma gestão eficiente dentro das serventias.
 
“É preciso fazer gestão de qualidade para melhorar todos os processos dentro das serventias. E mudar é sempre um esforço interno porque o que vem de fora nunca nos impulsiona de verdade. É preciso primeiro mudar a mentalidade para depois mudar o ambiente”, ressaltou a palestrante. Feltrin ainda explanou os procedimentos necessários para que as serventias possam participar do PQTA, o prêmio de qualidade da Associação dos Notários e Registradores (Anoreg/BR).
 
Dando continuidade às palestras, Ana Luiza Purri, diretora da Prefácio Comunicação, falou aos congressistas da importância de um bom porta-voz. “Será que estamos trabalhando da maneira correta para levar uma boa imagem das serventias? Muitas vezes reforçamos os pontos negativos sem perceber. É preciso entender que cada titular é porta-voz dentro do serviço extrajudicial como um todo. As ações precisam corresponder com nossas ações, o discurso precisa ser coerente para se ganhar credibilidade”, comentou Purri.
 
As palestras avançaram tarde a dentro com a fala de Aflaton Castanheira Maluf, oficial do Registro de Imóveis de Monte Belo/MG, que ministrou a palestra “Os Cartórios no Mundo”. Durante sua fala, Maluf ressaltou que os cartórios estão presentes em muitos países.
 
“O sistema de Notariado Latino é referência de segurança jurídica em muitos países desenvolvidos, como Portugal e Espanha. Muitos deles têm atribuições como prevemos no Ofício da Cidadania, atualmente suspenso no STF. Precisamos de mais cursos de especialização em nossa área para fortalecer nossa classe e alcançarmos nossos objetivos”.
 
O XXVII Congresso Estadual dos Notários e Registradores de Minas Gerais foi realizado pela Serjus-Anoreg/MG, ReCivil, Sinoreg/MG, CNB/MG, CORI/MG, Cartórios de Protesto/MG e IRTDPJMinas, e reuniu notários de todo o Estado de Minas Gerais.
 
Fonte: CNB/MG

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