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14/08/2018

G1 – Com ajuda de nova lei, pais adotam legalmente seus filhos de coração

Em Araraquara, registros de paternidade socioafetiva saltaram de 1 para 15 em 9 meses.

Neste domingo, Dia dos Pais, muitos pais que irão ganhar presente não tiveram que esperar nove meses para conhecerem seus filhos e filhas. Eles os conheceram ao se apaixonarem pelas suas mães e se tornarem pais em seus corações.

Foi o caso do funcionário público Sergio Augusto Médici, que se tornou pai de Gustavo ao reencontrar uma antiga namorada, a educadora física Branca Santiago de Moura.

Gustavo perdeu o pai aos nove meses e foi ele quem primeiro assumiu a relação de paternidade com Médici.

“Já deu uma empatia de cara, ele olhava para mim, depois que ele começou a me chamar de ‘papai’ eu fiquei pensando o que passava na cabecinha dele, será que ele pensou que eu estava viajando? (risos)”.Médici e Branca foram namorados na adolescência, mas cada um tomou um caminho diferente. Ao se reencontrarem, o amor renasceu e veio dobrado.
 
Legislação favorável

Recentemente a lei deu uma ajuda aos homens que são pais de coração. Antes, eles tinham que entrar na Justiça para conseguir a paternidade, mas desde novembro de 2017, novas regras deram a possibilidade de reconhecimento voluntário da paternidade socioafetiva e, se houver o consentimento do pai biológico (quando ele estiver vivo), basta ir ao cartório e registrar a criança. Agora, o que poderia levar anos fica pronto em cinco dias.

“A paternidade socioafetiva é a paternidade estabelecida sem ser pelo vínculo biológico ou pela adoção. Esse filho tem os mesmos direitos que um filho biológico”, explica a oficial Cartório de Registro Civil, Manoela Almeida Sodré.

Em Araraquara, antes da lei tinha sido feito apenas um registro de pai socioafetivo. Desde que a nova regulamentação entrou em vigor, já foram feitos 14 registros do tipo.

Caso de amor

Um deles foi feito pelo montador de móveis Brian Cardozo, que registrou como sua a pequena Helena, filha da auxiliar administrativo Pâmela Elen Silva Souza.

“Ela disse ‘Eu tenho uma filha, ela tem cinco meses’ e eu disse ‘o que ela está fazendo que não está aqui com a gente?’. Aí, depois desse dia, a gente saía e a Helena ia para tudo quanto é lado com a gente. A gente não desgrudou mais”, conta Cardozo.

Para a mãe, não poderia haver pai melhor para sua filha. “Brinca, dá banho, escova o dente, é um paizão”, diz.

Para Cardozo, não poderia haver presente melhor para o Dia dos Pais.
 
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Fonte: G1

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