Instituição de ensino promove formação humanista com aprendizado na prática, integrando as áreas de direito e engenharia.
Em parceria com a Câmara Municipal de Juiz de Fora, os alunos das Engenharias e do Direito podem aprender na prática como regularizar imóveis em situação de usucapião. O serviço atende famílias carentes, através de medição e assistência jurídica aos atendidos.
Essa iniciativa é a concretização da missão da Rede de Ensino Doctum, que é transformar a vida das pessoas pela educação. Por meio do Escritório Escola Engenheiros do Povo e do Núcleo de Práticas Jurídicas os conhecimentos aprendidos pelos alunos na Faculdade retornam à sociedade como ajuda e se integram à formação técnica e humanista do aluno.
Os números de atendidos expressam que a parceria entre o Escritório Escola Engenheiros do Povo e a Câmara Municipal de Juiz de Fora reafirmam o compromisso social da Instituição nas cidades onde ela atua. Em dois anos de parceria já foram 62 atendimentos concluídos e outros 25 estão em processo de solução.
Para ser assistido pelo projeto, deve-se fazer a solicitação na Câmara Municipal, onde é feita uma triagem para verificar se a pessoa atende o requisito de possuir renda de até três salários mínimos. Se for aprovado, o caso é encaminhado ao núcleo do Escritório Escola, que agenda uma visita à casa do assistido e realiza o levantamento topográfico do local. Após a visita, os alunos do projeto voltam para o Escritório, onde fazem o Projeto Planimétrico, detalhando a situação do terreno, e um memorial descritivo do terreno georreferenciado. O Escritório Escola, então, envia os dados para a Casa do Cidadão, onde os alunos do curso de Direito fazem a parte jurídica do processo de usucapião. “A iniciativa do programa é muito importante, visto que beneficia a população carente do município na regularização de suas moradias, dando-lhes a segurança almejada”, complementa Cristiane Mara Teixeira, assistente técnico-legislativa da Câmara.
A ideia surgiu com a necessidade de mais práticas na matéria de topografia e, inicialmente, era desenvolvida como atividade de extensão. Os alunos aprendem como é a rotina de uma empresa, como trabalhar em equipe, cumprir prazos e estar em constante aprendizado, já que cada novo caso sempre traz algo diferente.
Segundo Ana Cristina Junqueira Ribeiro, coordenadora do Escritório Escola, o projeto é uma excelente ferramenta prática de ensino para o aluno. “O processo de aprendizagem na prática garante uma diversidade de conhecimento e melhor fixação dos conceitos e conteúdos das disciplinas ao longo dos semestres. Mas além do crescimento profissional, há o crescimento humano e o amor pela profissão. O contato com a população e suas necessidades permite ao futuro engenheiro ou advogado constatar o quanto é importante seu trabalho para o desenvolvimento e a transformação da sociedade”.
Rafael de Campos Araújo é aluno do 9° período do curso de Engenharia Civil do campus Doctum Dom Orione e atua no programa Engenharia Popular há três anos. “A participação é enriquecedora para nós, alunos, pois temos contato direto com o dia a dia do engenheiro. Estou em constante aprendizado. Os casos são encaminhados pela Câmara Municipal e nós realizamos medições para fins de usucapião, cálculo de contenção, retificação de área e projetos de aperfeiçoamento de estacionamentos e construções. Isso nos dá a chance de utilizar na prática as matérias aprendidas em sala de aula”.
A auxiliar de educação Sandra Aparecida de Oliveira, que tem uma propriedade no bairro Cesário Alvim, foi uma das assistidas pelo projeto. “Procurei o Escritório Escola para receber auxílio quanto à legalização do meu imóvel e fui muito bem atendida, desde a montagem do processo até a medição do terreno para usucapião. Fiquei tão satisfeita que levei um vizinho para ser auxiliado da mesma forma e indico para todos os meus conhecidos. Agradeço muito a todos os alunos da Doctum envolvidos no programa, que me ajudaram de perto. Eles fazem um excelente serviço, são profissionais e estão muito bem preparados para o mercado de trabalho”.
Fonte: G1