A prova objetiva para 85 vagas de titulares de cartórios, neste domingo (17), ocorre com tranquilidade em Campo Grande. Participam da seleção, que havia sido suspensa em março e teve novos pedidos de supensão na Justiça, 2.965 candidatos inscritos. O certame é organizado pelo Ieses (Instituto de Estudos Superiores do Extremo Sul).
De acordo com o empresário Robson Manes, 29 anos, não houve dificuldades para que sua namorada encontrasse o local de prova, dentre cinco blocos, na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul). “Estava tranquila a questão de informações e tem que chegar mais cedo para evitar problemas”, analisou.
Ele conta ainda que a companheira e escrivã Cibele Cshramm, 26, é concurseira e gastaram cerca de R$ 1 mil para vir de Gaspar (SC), a fim de que ela realizasse a prova.
Além da UFMS, a prova ocorre no Colégio CBA e constitui a primeira etapa do certame, que prevê ainda avaliação escrita e prática, oral e de títulos. Informações sobre a prova podem ser acompanhadas pelo site da organizadora.
Polêmica antiga - A seleção para administração de cartórios é polêmica antiga, uma vez que alguns estabelecimentos chegam a faturar R$ 17,1 milhões por ano e outros estão vagos há mais de 10 anos.
Por décadas os cartórios foram posse de famílias, passadas de forma hereditária, até que o CNJ determinasse a realização de concurso para sua administração. A maior parte das vagas que são disputadas hoje envolvem cartórios em que há disputa judicial para que os antigos “donos” permaneçam explorando os serviços.
Em março, o concurso foi suspenso às vésperas dos primeiros testes nos candidatos, por determinação do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), após denúncia relacionada à titulação dos candidatos. O TJ, então, mudou o edital e abriu novo prazo de inscrições, em maio, marcando as provas para este domingo.
Novos pedidos de suspensão chegaram a ser protocolados e agravo de instrumento foi negado, ontem (16), pelo TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul).
Ao justificar a decisão, o desembargador Vladimir Abreu da Silva ressaltou que a realização do concurso público está em conformidade com a legislação vigente e com a aprovação do Conselho Nacional de Justiça, já que diante de tantas tentativas de impedir a realização deste, em momento algum constatou a existências das irregularidades e ilegalidades aduzidas pelo agravante.