A palestra “Inovação e Inteligência Artificial: o Futuro dos Cartórios” trouxe insights imperdíveis com Eduardo Ibrahim, especialista em IA e inovação, durante a tarde do segundo dia do XXIV Congresso da ANOREG/BR e VII CONCART, realizado no dia 28 de novembro, em Brasília (DF).
Baseado no conceito central de seu livro Economia Exponencial, ele destacou como inovações como inteligência artificial (IA), blockchain, biotecnologia e internet das coisas estão moldando a dinâmica econômica e social do século 21.
Ibrahim explicou que a economia exponencial analisa como tecnologias disruptivas criam crescimento econômico acelerado. “Tecnologia exponencial é aquela que cria efeitos de autoprodução na economia”, afirmou. Ele exemplificou com a IA: “Hoje, processos que antes exigiam investimento contínuo em capital ou trabalho podem ser automatizados, gerando resultados exponenciais sem necessidade de mais insumos”.
Essa transformação, segundo ele, está mudando não apenas a produção, mas também as relações de negócios e o mercado de trabalho, áreas onde a atuação de tabeliães, por exemplo, é diretamente impactada.
ChatGPT e a aceleração tecnológica
Um exemplo claro de crescimento exponencial citado foi o lançamento do ChatGPT pela OpenAI em 2022. “Em dois meses, alcançou 100 milhões de usuários. Nunca antes uma empresa havia conquistado tantos clientes tão rapidamente”, destacou o palestrante, que foi beta tester da OpenAI desde 2018.
Essa inovação, segundo ele, abriu portas para que pessoas sem conhecimento técnico utilizassem ferramentas poderosas. “Com o ChatGPT, qualquer pessoa pode ser um programador. Isso democratizou o acesso à tecnologia”, afirmou. Ele também mencionou o impacto em sua própria empresa: “Um estagiário, sem experiência, conseguiu criar um código complexo em uma semana. Antes, isso levaria dois meses”.
A palestra reforçou a urgência de compreender e adotar tecnologias exponenciais, destacando o papel crucial da inovação para o futuro da economia global. “A tecnologia é uma ferramenta poderosa, mas cabe a nós usá-la para construir um futuro mais justo e sustentável”.
O especialista também analisou o cenário internacional, observando como Estados Unidos e China lideram a corrida tecnológica. “Esses países investiram massivamente em ciência e inovação, criando economias baseadas em tecnologia. Eles são os maiores produtores de papers científicos e os principais responsáveis por avanços em inteligência artificial.” Ele reforçou a importância de países como o Brasil em acompanhar essa evolução: “Se não investirmos em tecnologia agora, ficaremos para trás rapidamente. Mas, se soubermos utilizar essas ferramentas, podemos fechar a lacuna de desigualdade econômica mais rápido do que nunca.”
O futuro: mais inteligência não biológica do que biológica
Por fim, o especialista destacou a previsão de que, até 2030, haverá mais inteligência não biológica no mundo do que biológica. “Isso é desafiador para nós como espécie dominante. Afinal, estamos acostumados a ser os únicos capazes de raciocinar e criar conhecimento. Agora, estamos vendo as máquinas não apenas reproduzirem nosso conhecimento, mas também expandi-lo em escalas inimagináveis”, concluiu.
A revolução das tecnologias exponenciais está apenas começando, mas seus impactos já são claros. A mensagem final é de urgência e oportunidade: a sociedade precisa se preparar e adotar essas ferramentas para construir um futuro mais inclusivo e eficiente. “Estudem machine learning de dia e economia à noite. Esse é o caminho para entender e dominar a economia exponencial”, sugeriu Ibrahim.
Fonte: Assessoria de Comunicação da ANOREG/BR