Em setembro de 1929, Belo Horizonte, com apenas 31 anos, ganhou um dos seus maiores ícones: o Mercado Central. Idealizado pelo prefeito Cristiano Machado, o objetivo era reunir em um só local o abastecimento de produtos para a cidade, que na época contava com 47.000 habitantes. Neste ano, o local completou 95 anos e segue sendo um ambiente fundamental para o desenvolvimento da cidade.
O Mercado nasceu da fusão das feiras da Praça da Estação e da praça onde hoje está a rodoviária, em um terreno de 22 lotes, próximo à Praça Raul Soares. Na época, o jornal Estado de Minas noticiou a inauguração do local.
Com 14.000 m² de área, o Mercado Municipal, como era chamado inicialmente, se tornou o principal centro de comercialização de alimentos da cidade e, durante as décadas seguintes, se consolidou como um dos pontos mais movimentados de Belo Horizonte.
Entretanto, em 1964, o Mercado Central enfrentou uma crise. O prefeito Jorge Carone decidiu vender o terreno, alegando dificuldades na administração. Para evitar o fechamento, os comerciantes se uniram e criaram uma cooperativa para comprar o imóvel da Prefeitura. A venda do imóvel foi condicionada à construção de um galpão coberto no prazo de cinco anos. A tarefa não foi fácil, mas com o apoio dos irmãos Osvaldo, Vicente e Milton de Araújo, fundadores do Banco Mercantil do Brasil, a obra foi concluída a tempo, garantindo a continuidade do Mercado Central.
Ao longo dos anos, o Mercado passou por várias transformações, ampliando suas atividades e diversificando seus produtos. Hoje, o espaço abriga mais de 400 lojas e se tornou um importante ponto turístico, atraindo visitantes de todo o Brasil e do mundo. Sua história reflete o crescimento de Belo Horizonte e a importância do Mercado para a cidade, que continua sendo um centro comercial e cultural muito querido pelos mineiros.
O papel dos cartórios de registro de imóveis na preservação do Mercado Central
Além de sua importância cultural e econômica, o Mercado Central também possui um valor histórico significativo, sendo parte do patrimônio de Belo Horizonte. Para garantir a preservação e a proteção desse patrimônio, os cartórios de registro de imóveis desempenham um papel essencial. O registro das transações imobiliárias relacionadas ao Mercado Central, desde sua construção até as mudanças ao longo do tempo, assegura que o imóvel esteja protegido legalmente, garantindo sua preservação para o futuro.
O registro de imóveis históricos como o Mercado Central é fundamental para garantir que esses bens continuem a ser reconhecidos como patrimônio da cidade, permitindo sua conservação e evitando que sejam desconsiderados ou negligenciados. Através dos cartórios, a história do Mercado está registrada e protegida, contribuindo para a continuidade da memória de Belo Horizonte e para o desenvolvimento urbano da cidade. O trabalho dos cartórios, portanto, não se limita ao registro de transações, mas também à preservação de bens que fazem parte da identidade e da história local.