Serjus-Anoreg/MG conversou com o 1º vice-presidente da entidade que contou os desafios e satisfações da profissão
“Quando se sonha sozinho é apenas um sonho. Quando se sonha junto é o começo da realidade”. A frase do célebre livro de Miguel de Cervantes - Dom Quixote de La Mancha - retrata a história de Fernando Pereira do Nascimento. Nascido em 31 de maio de 1974, em Conselheiro Lafaiete, é filho de Amaro Nascimento e Nair Nascimento, aqueles que sempre sonharam junto com ele, ajudando-o a materializar seus sonhos, seja no Direito ou na área de concursos. É irmão de Cláudio Nascimento e Andréia Nascimento Neiva, outros dois apaixonados que escolheram o Direito e atuam na área jurídica.
Ainda no ensino médio, antes mesmo dos 18 anos, ao conversar com uma tia advogada, recebendo sua influência, resolveu cursar Direito fascinado pela possibilidade de advogar e de poder realizar vários tipos de concursos, ou seja, se identificou pelo conteúdo e conceito, mas também por todas as opções que a área possibilita.
Casado e pai de três filhos, Fernando é bacharel em Direito e pós-graduado em Direito de Trabalho e Previdenciário, e em Direito Notarial e Registral. Ingressou na atividade notarial e de registro em 2001, atuando como tabelião do 12º Ofício de Notas e Protesto do Distrito Federal. Também foi oficial do Registro de Imóveis de Passo Fundo, no Rio Grande do Sul.
Atualmente, é oficial do 1º Ofício de Registro de Imóveis de Belo Horizonte (MG), vice-presidente de Tecnologia do Colégio Registral Imobiliário de Minas Gerais (Cori-MG), 1º vice-presidente da Associação do Notários e Registradores do Estado de Minas Gerais (Serjus/Anoreg-MG) e Diretor no Sindicato dos Notários e Registradores de Minas Gerais (Sinoreg-MG) e Diretor no Operador Nacional do Sistema de Registros Eletrônico Imóveis (ONR). Fernando concedeu entrevista à Serjus-Anoreg/MG para contar sua história de vida, atuação em sua serventia e como vice-presidente da entidade.
Confira na íntegra!
Serjus-Anoreg – Por que escolheu o concurso para cartório? Já passou por algum cartório antes?
Fernando Nascimento - Sou considerado um ex-concurseiro, fiz muitos concursos na minha vida, para todos os seguimentos do Direito. E em um determinado momento eu estava focando em concurso para juiz e indo viajar, na rodoviária, parei em uma banca de jornais e vi um jornal, a “Folha Dirigida”, com um anúncio de que as inscrições para o concurso de cartório no Distrito Federal estavam prorrogadas e fecharia aquela semana mesmo. Isso era numa segunda-feira e me despertou muito interesse, pois era uma área que permitia conciliar duas coisas que eu gostava de fazer: atividade administrativa de gestão e atividade do Direito. Propiciava-me numa parte trabalhar com o Direito em si e numa outra parte trabalhar com administração e gestão.
Então resolvi experimentar esse tipo de concurso. Fiz a inscrição, me dediquei a área e fiz a prova. O direito notarial e registral não é algo que aprendemos na faculdade, então busquei no edital as matérias específicas que não eram objeto do meu estudo até então, as demais eu já estudava e estava bem-preparado.
Prestei o concurso que era realizado pelo CESPE / UNB, fui aprovado na primeira etapa e continuei estudando, passei na segunda e demais etapas, assumindo o Cartório do 12º Ofício de Notas e Protestos, em 2001, em Brasília.
Então mudei meus planos e decidi continuar os estudos objetivando galgar novos cartórios, prestando concursos de igual natureza no Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Fui aprovado e assumi, em 2008, o 1º Ofício do Registro de Imóveis em Belo Horizonte, sendo que antes desse concurso continuei prestando vários concursos simultaneamente. Estive em outros cartórios, como no Registro de Imóveis de Passo Fundo no Rio Grande do Sul, em que fiquei um ano tendo adorado essa experiência, em cujo local fiz muitas amizades que permanecem até hoje e onde nasceu, inclusive, um dos meus filhos. Além da excelente experiência, tenho muito carinho pelo estado do Rio Grande do Sul.
Serjus-Anoreg – Há quanto tempo está à frente da serventia?
Fernando Nascimento - Tem 15 anos que assumi o Cartório do 1º Ofício do Registro de Imóveis, sendo que, desde então, iniciamos um projeto de gestão e qualidade muito forte, trata-se de cartório com um acervo de documentos muito grande, centenário – instalado em 1898 – primeiro Cartório do Registro de Imóveis de Belo Horizonte, possuindo registros antigos, registros de toda a capital mineira, registros primórdios do início da sua criação quando houve a transferência da capital de Ouro Preto para essa região. O nosso propósito sempre foi o de prestar um excelente serviço ao cidadão, desde então, adotamos um forte sistema de gestão, fechamos uma parceria com a Txai Desenvolvimentos, empresa de consultoria de gestão e de qualidade que tive a oportunidade de conhecer enquanto estive no cartório de Passo Fundo no Rio Grande do Sul.
Com esse projeto de gestão e qualidade iniciados, galgamos vários resultados, como em 2009 em que participamos do Prêmio de Qualidade Total da Anoreg-BR, em que fomos certificados e reconhecidos. Com desenvolvimento e evolução constantes nessa caminhada, recebemos várias premiações e certificações nos projetos de qualidade como na ISO 9001, 2015, NBR 15.906:2010 de Gestão dos Serviços Notariais e Registrias e no prêmio Mineiro de qualidade. Hoje temos também a ISO 37.001 e a ISO 37.301 que são de anticorrupção, antissuborno e compliance. O cartório tem também uma certificação do GPTW (Great Place to Work), reconhecido como um dos melhores lugares para se trabalhar. Ficamos em 1º lugar há alguns anos e continuamos certificados. Então criamos um contexto muito forte de gestão, implementando uma excelente cultura organizacional.
Nossa equipe sempre é instruída a prestar o melhor serviço ao usuário, pois somos agentes das soluções e resolução dos problemas dos clientes, focando sempre no atendimento de excelência.
Serjus-Anoreg - Como tem sido a experiência como 1º vice-presidente da Serjus-Anoreg?
Fernando Nascimento - Exerço oficialmente a função de 1º vice-presidente da Serjus, embora sempre estivesse engajado na gestão da Serjus/Anoreg, ficando à disposição do presidente Ari quando se tornava necessário em atendimentos as demandas que surgiam. Trata-se, portanto, de uma continuidade de forma oficializada no trabalho com a diretoria constituída sob a liderança do presidente Ari, sem deixar de reconhecer a importância dos antecessores Francisco Resende, depois o Roberto Andrade, dentre outros, numa cadeia de lideranças diretivas e propositivas, sendo uma satisfação trabalhar com essa equipe.
Serjus-Anoreg - Em sua opinião, qual a importância da Serjus/Anoreg para a classe?
Fernando Nascimento - Nos seus mais de 80 anos de existência, como principal entidade de classe, a Serjus/Anoreg tem credibilidade e respeitabilidade na atuação da defesa dos notários registradores, mas acima de tudo no interesse do cidadão quanto à melhoria da prestação do serviço dos cartórios como um todo, realmente fazendo a diferença, cujas ações que implementa repercutem no Brasil inteiro.
Serjus-Anoreg – A Serjus-Anoreg tem alguma ação ou projeto específico previsto para este ano ou para o próximo?
Fernando Nascimento - A Serjus/Anoreg atua em várias frentes no que diz respeito ao acompanhamento legislativo tanto nas esferas federal como estadual, na defesa das prerrogativas dos notários registradores e no desenvolvimento do Direito Notarial. Importante destacar as iniciativas para o incentivo e mobilização dos cartórios para a melhoria e uma excelente prestação dos serviços, alinhada com as diretrizes da Anoreg-BR na condução e difusão Prêmio de Qualidade Total da ANOREG-BR, por ser uma porta de entrada de eficiência ao atendimento pleno do cidadão, padronizando os procedimentos necessários, de forma transparente, aos operadores envolvidos, ajudando os órgãos públicos e cumprindo a missão institucional de bem servir à população.
Fonte: Assessoria de Comunicação da Serjus/Anoreg-MG