O volume representa uma alta de 1,63% frente ao mesmo intervalo em 2021, quando foram lavrados 11.173 registros matrimoniais
A famosa expressão “quem casa quer casa”, na prática, tem feito bastante sentido em Belo Horizonte. O mercado imobiliário vive uma procura cada vez mais crescente provocada pela oficialização de casais em busca do primeiro lar. De acordo com o Portal da Transparência do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na capital mineira foram registrados 11.356 casamentos no acumulado de janeiro a novembro de 2022. O volume representa uma alta de 1,63% frente ao mesmo intervalo em 2021, quando foram lavrados 11.173 registros matrimoniais.
Diante deste cenário aquecido por troca de alianças, especialistas do mercado imobiliário afirmam que a alta é puxada por jovens com idade entre 21 e 35 anos. “Esses jovens geralmente são noivos ou namorados, que antes mesmo de oficializarem o registro já começam a sondar imóveis com o intuito de formar uma família”, avalia a consultora da rede Inova Imóveis Marta Vieira Neves.
Somente no Cartório de Registro Civil do 1º Subdistrito, o mais antigo em atividade na Capital, foram registrados, no acumulado de janeiro a novembro de 2022, um total de 1.867 uniões civis, cerca de 10,66% a mais que no mesmo período de 2021, quando ocorreram 1.687 oficializações.
Do outro lado, as vendas de apartamentos novos na cidade de Belo Horizonte totalizaram 4.065 unidades nos primeiros 10 meses de 2022, enquanto os lançamentos foram de 4.515 no mesmo comparativo. De acordo com o Censo do Mercado Imobiliário divulgado na última semana pelo Sindicato da Indústria da Construção Civil no Estado de Minas Gerais (Sinduscon-MG), esses números representam o segundo melhor resultado para estes meses da série histórica iniciada em 2016.
Além disso, o indicador de Velocidade de Vendas, que alcançou a média de 12,3% nos primeiros 10 meses de 2022, mostra que a comercialização de imóveis novos na cidade em referência ficou mais dinâmica. Os lançamentos imobiliários alcançaram patamar recorde.
Locação de imóveis é opção facilitadora e flexível
“Temos no Brasil cerca de 700 mil casamentos celebrados atualmente. Desculpa setecentos mil casamentos celebrados no Brasil. E a união dessas pessoas faz aumentar a busca por imóveis. Inclusive, as pessoas que buscam por uma casa e não tem uma condição para compra, elas apostam na modalidade de locação como opção de primeira moradia. Há aquelas também que buscam esta mesma opção de locação, por ser algo mais barato naquele momento e fase da vida”, conforme avalia o especialista em soluções de gestão para o mercado imobiliário e CEO da Epar e EparImobi, Eduardo Luiz.
Ele ainda explica que esse movimento de procura por imóveis de locação ocorre pela mobilidade dos millennials. “Uma característica em relação aos millennials é que eles mudam muito. E um item importante para essa relação é a que locação dá essa flexibilidade para eles. Na prática, eles podem fazer um contrato de um, de dois anos, ou até a possibilidade de migrar de lote para um conceito de dois quartos. Então, a locação continua sendo uma ótima opção, e vai continuar sendo uma ótima opção, que tende a crescer muito”, conclui.
Esse movimento em crescimento tem sido acompanhado também pelas igrejas. Por conta do cenário pandêmico, os templos foram obrigados a adiar as cerimônias e fechar as portas por meses por ordem das autoridades municipais.
Dois cenários muito procurados por casais para o sacramento do matrimônio, a neoclássica Basílica Nossa Senhora de Lourdes, na região Centro-Sul, e o Santuário Arquidiocesano São José, no Hipercentro da Capital, registraram alta. A basílica teve 195 casamentos de janeiro a novembro deste ano, sendo 93% de aumento frente aos 101 casais que subiram ao altar no mesmo período em 2021.
Já no Santuário São José, no mesmo acumulado do ano, teve 104 casamentos assistidos, enquanto no mesmo exercício de 2021 o volume foi de 55 casamentos. Uma elevação de 89%.
Fonte: BH Eventos