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07/11/2022

Comarcas de Caratinga e Carmo do Paranaíba realizam casamentos comunitários

Mais de 80 casais converteram uniões estáveis em casamentos por meio do Cejusc

Sandra Firmino e Tássio Ítalo vivem juntos há mais de 12 anos, mas nunca tiveram a oportunidade de se casarem oficialmente. Da convivência entre os dois vieram os filhos, o que fortaleceu ainda mais a vida do casal. O sonho de converter a união estável em casamento esbarrava principalmente em fatores financeiros, o que pôde ser superado na semana passada, quando eles tiveram a oportunidade de assinar os papéis e oficializar o casamento.

O sonho, não apenas de Sandra e Tássio, como de outros 39 casais, só foi possível graças a uma iniciativa da comarca de Caratinga, Região do Vale do Rio Doce. Todos se casaram oficialmente no ultimo dia 27, em cerimônia promovida pelo juiz Anderson Fábio Nogueira Alves, titular da 3ª Vara Civil da Comarca de Caratinga e coordenador do Centro Judiciário de Solução de Conflitos e Cidadania (Cejusc).

E, nesta sexta-feira (4/11), outros 14 casais se casaram por meio da mesma iniciativa, desta vez na cidade de Ubaporanga, que pertence à comarca de Caratinga.

O projeto de conversão de uniões estáveis em casamentos faz parte de várias comarcas mineiras, entre elas a comarca de Carmo do Paranaíba, Região do Triângulo Mineiro, que no último dia 1/11 promoveu o casamento de 30 casais que também viviam em união estável. 

Mobilização

Segundo o juiz Anderson Alves, seguindo o exemplo de outras comarcas mineiras, a comarca de Caratinga se mobilizou em busca de empresas parcerias que pudessem doar toda a estrutura necessária para que os casamentos fossem viabilizados. Após intensa divulgação do projeto por meio de rádios, jornais e redes sociais, vários casais se inscreveram para a conversão em casamentos, de uniões estáveis que já duravam mais de 40 anos.

“Fizemos a cerimônia na semana passada com 40 casais que realizaram um sonho, com festa, vestidos de noiva alugados, maquiagem, decoração, fotografia, filmagem e tudo que faz parte de um casamento”, contou o juiz Anderson Fábio Nogueira Alves. “Focamos nosso trabalho em busca de parcerias com a Prefeitura de Caratinga e com entidades privadas que nos ajudaram na realização de muitos sonhos”, acrescentou.

De acordo com o magistrado, alguns casais já conviviam há mais de 40 anos e puderam finalmente realizar o sonho do casamento. “A conversão da união estável em casamento é muito importante perante a lei. Muitos planos de saúde, por exemplo, não aceitam estender os benefícios para companheiros ou companheiras em união estável. Tais empresas aceitam apenas casais realmente casados”, disse o juiz, que já atuou nas comarcas de Jacinto e Pirapora.

Atualmente, além de coordenar o Cejusc, Anderson Alves também é titular da 3ª Vara Cível da Comarca de Caratinga. Em dezembro, outros seis casais que vivem em Santa Rita de Minas, também pertencente à comarca, já se inscreveram para outros casamentos. Todo o processo é realizado gratuitamente.

Alegria

Sandra Firmino não escondeu a emoção com a chegada do casamento. “A gente já estava junto há tanto tempo, tivemos nossos filhos, só faltava mesmo o casamento e graças a essa oportunidade, conseguimos realizar esse sonho. Acho que este casamento comunitário poderia acontecer mais vezes, para que mais casais tenham essa oportunidade, pois muitos querem casar e não têm condições", afirmou.

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A iniciativa dos casamentos em Caratinga foi do juiz Anderson Alves (de terno azul), coordenador do Cejusc na comarca ( Crédito : Divulgação )

Andreíza Jesabel e Márcio Gustavo estão juntos há cinco anos e têm três filhos. Eles comemoraram a participação no casamento coletivo em Caratinga. “É muito gratificante selar essa união. Gratidão a toda equipe do Cejusc, a Deus e a todos que estão fazendo parte desse momento com a gente. É um misto de sentimentos, inexplicável, muita felicidade”, disse Andreíza.

Carmo do Paranaíba

Na comarca de Carmo do Paranaíba, Região do Triângulo Mineiro, 30 casais que viviam em união estável realizaram o sonho do casamento no último dia 1º. Com a ajuda de entidades públicas como a Prefeitura e Câmara Municipal, e de entidades privadas, o juiz coordenador do Cejusc, Denes Marcos Vieira, conseguiu divulgar o projeto em rádios, jornais e nas redes sociais da cidade.

Ao todo, 30 casais se habilitaram para os casamentos que foram realizados por meio de audiências no Cejusc. A solenidade do casamento coletivo ocorreu no salão nobre do principal clube social da cidade, com vestidos para as noivas, maquiagem, serviço de fotografia e filmagem, decoração do local, espumantes para os casais e doces para os convidados.

“O projeto possibilita estreitar os laços do Poder Judiciário com a população local e beneficia a instituição familiar, trazendo segurança jurídica às famílias envolvidas e ampliando a sensação de reconhecimento e pertencimento perante a sociedade”, disse o juiz Denes Marcos Vieira.

 

 

Fonte: TJMG


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