Há pouco mais de seis meses, a partir de uma resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), homossexuais de todo o país ganharam o direito de oficializar o seu casamento, que já era considerado união estável desde 2011. Nesta quarta-feira (11), para celebrar esse marco, a Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais realizou o primeiro casamento homoafetivo coletivo de Belo Horizonte. Para a maioria desses casais, isso significa a conquista de um sonho e a garantia de vários direitos.
“Já havíamos programado oficializar o nosso relacionamento em fevereiro do ano que vem, mas quando surgiu essa oportunidade, percebemos que era a hora. Queremos uma família, uma criança no futuro e todos os direitos de um casal normal”, conta emocionada a noiva Juliana Alves Pereira Barbosa, de 30 anos.
Segundo a coordenadora da Defensoria das Famílias e Sucessões, Paula Regina Fonte Boa Pinto, o órgão já atuam com a causa há muito tempo e o evento foi uma maneira de atender a demanda da classe. “A ideia do casamento coletivo foi para chamar a atenção da sociedade e dos próprios casais para esse novo direito que foi adquirido”, explica a coordenadora.
Além dos noivos, o auditório estava lotado de familiares e amigos, mas nem todos tiveram o mesmo apoio. Juntos há três anos e dividindo a mesma casa há um, Leonardo Gonçalves, de 30 anos, e Álan Junior de Carvalho Souza, 18, não tem o aval de suas famílias, mas foram adiante com a decisão e ainda planejam uma pequena cerimônia religiosa.
“Isso representa uma forma de protesto. É um coletivo se unindo para mostrar que diante da lei também somos casados”, conta Gonçalves. Eles revelam um desejo de ter filhos e o casamento é uma das formas de facilitar esse processo.
A cerimônia de ontem foi apenas uma solenidade de entrega das certidões oficiais, que já haviam sido assinadas previamente em cinco cartórios da capital. O casamento foi dividido em duas etapas: na primeira foram oficializados 31uniões e outras 30 na segunda celebração. Segundo Paula Pinto, uma das organizadoras do evento, a defensoria pretende ir além dessa ação e dar continuidade a esses casamentos coletivos na capital.