A emigração de brasileiros cresceu de forma constante nos últimos anos. Entre 2015 e 2020, o número de brasileiros vivendo no exterior cresceu 55%, chegando ao patamar de 4,2 milhões de pessoas – um recorde histórico, maior que a população do Uruguai. O destino mais comum de quem decide morar fora são os Estados Unidos. Em 2020, segundo estimativa do Itamaraty, havia 1,8 milhão de brasileiros morando em território americano. Esse fluxo de emigrantes foi contido, temporariamente, pela pandemia: em 2020, pela primeira vez em dez anos, mais brasileiros entraram do que saíram do Brasil. Mas em 2021, ao que tudo indica, a rota de saída do país voltou a ficar movimentada. Na comparação com o ano anterior, a emissão de documentos para obter visto ou dupla cidadania mais que dobrou. O =igualdades desta semana destrincha os dados do êxodo brasileiro.
Em 2020, havia 4,2 milhões de brasileiros vivendo no exterior. É uma quantidade maior do que toda a população do Uruguai, que tem 3,5 milhões de habitantes.
A quantidade de brasileiros vivendo no exterior cresceu continuamente desde 2015, tendo atingido um recorde histórico em 2020. Sete anos atrás, havia 2,7 milhões de brasileiros expatriados. Em 2020, esse número já tinha saltado para 4,2 milhões.
O principal destino dos brasileiros que decidem morar fora são os Estados Unidos (42% dos casos). Em 2020, havia 1,8 milhão de brasileiros vivendo no país, número que equivale à população de Curitiba (PR), que atualmente tem 1,9 milhão de habitantes.
Em 2020, pela primeira vez na década, o Brasil registrou um saldo positivo de entrada de brasileiros no país. Isto é: mais brasileiros chegaram do que saíram do Brasil. Nos dez anos anteriores (2010 a 2019), assim como em 2021, o saldo foi negativo. Em média, nesses anos, o Brasil “perdeu“ 333 mil brasileiros.
Depois dos Estados Unidos, o país que mais atrai brasileiros, com 6,5% do total de emigrantes, é Portugal. Em 2016, havia 110 mil brasileiros morando em Portugal. Em 2018, eram 111 mil, e, em 2020, o número saltou para 276 mil.
Os brasileiros que moram no exterior são obrigados a votar somente a cada quatro anos, na eleição presidencial. Desde 2010, refletindo a emigração crescente de brasileiros, o número de pessoas aptas a votar fora do Brasil aumentou ano a ano. Em 2010, havia 200 mil eleitores registrados no exterior. Em 2014, 354 mil. Em 2018, o número chegou a 500,7 mil.
O apostilamento, recurso que permite o reconhecimento de documentos brasileiros em outros países, aumentou bastante no segundo semestre de 2021. Entre junho e novembro, os cartórios emitiram 693 mil documentos apostilados para quem desejava estudar fora ou tirar dupla cidadania. No mesmo período de 2020, haviam sido emitidos 299,5 mil documentos – ou seja, o número dobrou de um ano para o outro. Os apostilamentos para pedidos de visto e dupla cidadania representavam 55% do total de documentos requisitados nos cartórios em 2020. Em 2021, essa proporção passou a ser de 76%.
*Nota metodológica: os dados do Ministério das Relações Exteriores referentes ao número de brasileiros no exterior são estimativas, uma vez que o registro consular de nacionais em outros países não é obrigatório. O apostilamento, por sua vez, é feito com objetivo de autenticar certidões de nascimento, casamento e óbito, diploma, histórico escolar, entre outros, e permite o reconhecimento de documentos brasileiros em outros países.
Fontes: Ministério das Relações Exteriores; Polícia Federal; Colégio Notarial do Brasil – Conselho Federal; IBGE; Tribunal Superior Eleitoral