Levantamento do Sindicato dos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado de Minas Gerais (Recivil) foi feito entre 16 de março de 2020 e 24 de setembro deste ano. São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Ceará e Paraná foram os estados que mais registraram óbitos de pais com filhos nesta faixa etária.
Os gêmeos Oliver e Asafe, o pequeno Ravi e o garotinho Benjamin estão entre as 579 crianças que ficaram órfãs em Minas Gerais depois de perderem um dos pais para a Covid-19.
O levantamento foi feito pelo Sindicato dos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais do Estado de Minas Gerais (Recivil). As mortes aconteceram entre 16 de março de 2020 e 24 de setembro deste ano.
Segundo o sindicato, os dados foram obtidos com base no cruzamento entre os CPFs dos pais e os registros de óbitos feitos nos 1.463 Cartórios de Registro Civil do estado.
“Diante de dados tão relevantes proporcionados pelo portal da transparência do registro civil, o poder público poderá trabalhar com iniciativas de apoio e proteção às crianças brasileiras órfãs, " disse Genilson Gomes, presidente do Recivil.
Em todo o país, neste mesmo período, 12.211 crianças de até seis anos de idade ficaram órfãs de um dos pais vítimas da Covid-19.
Segundo os dados levantados pela Arpen-Brasil, 25,6% das crianças não tinham completado um ano. São Paulo, Goiás, Rio de Janeiro, Ceará e Paraná foram os estados que mais registraram óbitos de pais com filhos nesta faixa etária.
Uma dor insuportável
Em junho deste ano, o g1 mostrou a história de José Aparecido de Moura, de 39 anos, pai dos gêmeos, Oliver e Asafe, hoje com 4 meses.
A mãe deles, Adriana Andrade do Nascimento, de 34, morreu em decorrência da Covid-19, em abril deste ano, após cinco dias do nascimento dos filhos que ela nem chegou a conhecer.
"Uma dor insuportável em pensar que ela não vai voltar mais, logo ela, é uma pessoa muito cuidadosa com a saúde, dói demais pensar que os meninos não amamentaram, que ela não viu o rostinho deles. É como se o mundo estivesse acabando, ela era meu norte, não dá para acreditar", lamentou o agente dos correios na época ao g1.
Fonte: G1