Minas Gerais registrou recorde no número de testamentos nos seis primeiros meses de 2021. O crescimento foi de 52% comparado ao mesmo período de 2020, de acordo com o G1. O aumento foi maior do que a média brasileira, já que o registro no Brasil cresceu 41% no primeiro semestre deste ano.
Segundo o presidente do Colégio Notarial do Brasil, Seção Minas Gerais, Eduardo Calais, o crescimento tem relação com a pandemia. “Mortes causadas pela pandemia e maior preocupação com o planejamento sucessório explicam o crescimento. Foi o maior número da história superando 2019, quando foram 1.285 lavraturas testamentárias. A morte ficou mais próxima de todos nós nos últimos dois anos e acredito que isso tenha feito as pessoas refletirem mais sobre elas e planejarem a destinação de seus patrimônios”, disse ao G1.
No país, o primeiro caso confirmado de Covid-19 foi em 26 de fevereiro de 2020, em São Paulo. Já em Minas, o primeiro caso foi registrado no dia 6 de março de 2020. O primeiro semestre de 2021, porém, apresentou os meses mais letais da pandemia, tanto no Brasil, quanto no estado.
Em Minas, até junho, foram realizados 1.532 testamentos. No mesmo período de 2020, foram 1.005. Já no país, foram registrados nos cartórios mais de 17.500 testamentos de janeiro a junho, contra mais de 12.300 testamentos no mesmo período do ano passado.
Alta em mais um indicador
Além da alta dos testamentos, cresceu também o registro de um documento conhecido como testamento vital, que vale com a pessoa ainda em vida. O documento permite que as pessoas definam o tratamento que querem receber caso fiquem impossibilitadas por alguma doença grave.
No estado, o testamento vital cresceu 47% neste ano em comparação com o mesmo período de 2020. Foram 22 registros desse tipo de documento em 2021 contra 15 nos primeiros seis meses do ano passado. Já no país, o testamento vital teve crescimento de 67% em 2021 em relação ao mesmo período de 2020. Foram realizados 359 testamentos vitais entre os meses de janeiro a maio. Em 2020, foram 217.
Minas fora do pódio
Apesar do aumento significativo em Minas Gerais, o estado não está entre aqueles com o maior crescimento no número de testamentos. O índice tem como líder o Amazonas, que registrou um aumento de 107% em relação ao primeiro semestre de 2020; seguido pelo Mato Grosso, com crescimento de 75%, e Goiás, com alta de 72%.
Fonte: BHAZ