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22/04/2021

Rádio Itatiaia - Levantamento de cartórios aponta que muitos casos de covid-19 não são relatados nos atestados de óbito

Representantes da entidade alertam que subiram as notificações de síndrome respiratória aguda grave nos atestados

Quase metade das mortes em Minas Gerais no mês de março foi causada pela covid-19. O número de óbitos poderia ser ainda maior, pois um levantamento feito pela Associação dos Cartórios de Registro Civil do Brasil aponta para uma enorme subnotificação de casos da doença no país.

Representantes da entidade alertam que subiram muito as notificações de síndrome respiratória aguda grave nos atestados de óbito, doença que não entra nas estatísticas dos cartórios como covid-19.

Mesmo com esta subnotificação, o número de óbitos por coronavírus correspondeu a 43% do total em Minas no mês de março. Para se ter uma ideia, em julho do ano passado, este índice era de 18%.

De acordo com o vice-presidente da Associação dos Cartórios de Registro Civil do Brasil, Luiz Carlos Vendramini Júnior, de 2019 para 2021 o número de mortes por síndrome respiratória aguda grave no país aumentou quase 17 vezes.

“Só como exemplo de como esses números cresceram, tiveram 106 mortes nos mês de março de 2019, no mês de março de 2020 nós já atingimos 403, ou seja, multiplicamos por quatro esse número. Lembrem que março foi o início da pandemia no Brasil. No mês de março de 2021 a gente atingiu 1.749, ou seja, multiplicou por quase 17 vezes o número de mortes com essa causa.”

Os números de síndrome respiratória aguda em Minas também são impactantes. “Em março de 2019 nós verificamos 13 mortes, em março de 2020 foram 49 e em 2021 neste mês nós alcançamos 125 mortes. Este grande aumento mostra que é possível que a grande maioria destes casos sejam covid-19.”

Mortes e nascimentos

Ainda segundo a associação, o mês de março foi o campeão do registro de mortes em geral, nos cartórios do país. Outro número impactante da pandemia em Minas se refere a comparação entre o número de nascimentos e os óbitos. A diferença entre eles, que sempre esteve na casa dos 11 mil, número de crianças que nascem a mais do que a quantidade de mortes registradas por mês, caiu drasticamente, para cerca de 4 mil. No Brasil, a diferença, que sempre esteve por volta de 137 mil, caiu para cerca de 48 mil no mês passado.

Fonte: Itatiaia 


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