Conforme levantamento de cartórios, coronavírus matou 8.004 mineiros. Estado também registrou a menor variação entre nascimentos e óbitos na história do Estado
A COVID-19 já responde por 43% do total de mortes por causas naturais (óbitos por doenças), em Minas Gerais, conforme dados do Portal da Transparência do Registro Civil, relativos a março. No mês, o pior da pandemia no estado, foram 8.004 óbitos relacionados ao coronavírus documentados em cartórios de Registro Civil, de um total de 18.955 até essa data.
"Os dados de óbitos feitos pelos cartórios no mês de março foi o maior já registrado na história, o que sem dúvida nenhuma demonstra o grau de letalidade desta doença, que foi responsável por quase metade dos falecimentos por causas naturais no país, o que só reforça a necessidade de seguirmos com o trabalho de transparência na prestação de informações à sociedade e ao poder público, para que possam ser postas em prática as estratégias para sairmos desta crise", destaca Gustavo Fiscarelli, presidente da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil).
O número de mortes por COVID-19, que no auge da primeira onda, em julho de 2020, chegou a representar 18,46% dos óbitos por causas naturais em Minas, já dava sinais de que estava voltando a crescer em dezembro, representando 20% dos óbitos por doenças, mantendo uma curva de crescimento contínuo em janeiro (25,6%) e fevereiro (26,6%).
Ao atingir 43,6% das mortes por doenças no estado, a infecção quase dobra seu impacto no total dos óbitos naturais em relação a fevereiro passado, até então o mês quando a doença mais tinha causado mortes.
O Brasil registra 75.780 óbitos em março por COVID-19 em cartórios de Registro Civil, segundo balanço até 8 de abril. O país também foi impactado pela triste marca que simboliza o estrago que o vírus vem fazendo por aqui. A doença representa 44% do total de óbitos por causas naturais no Brasil, totalizadas em 171.211 até esta sexta-feira (16/4).
Mortes x Nascimentos
Outro dado importante da pandemia em Minas parte da comparação entre o número de nascimentos e os óbitos registrados em cartórios. A diferença entre eles, que sempre esteve em média na casa dos 11 mil (número de crianças que nascem a mais do que a quantidade de óbitos registrados ao mês) caiu para 3.891 mil nascimentos, chegando a uma redução de 7.651 mil em relação à média histórica, e a menos da metade dos cerca de 10 mil registrados nos meses desde o início da pandemia.
A queda abrupta acontece mesmo em meio a uma reação das gestações no mês de março, quando foram contabilizados 22.846 nascimentos, 17,9% a mais do que fevereiro.
No entanto, o aumento no número total de óbitos, que atingiu a marca histórica recorde de 18.955 mortes em março deste ano, impediu que o estado avançasse na equação nascimentos x óbitos, que vem caindo desde o agravamento da pandemia em janeiro deste ano.
No Brasil, a diferença entre nascimentos e óbitos, que sempre esteve em média na casa dos 137 mil (em média, nascem 137 mil crianças a mais do que a quantidade de óbitos registrados ao mês), foi para 47.939 mil nascimentos, chegando a uma redução de 90 mil em relação à média histórica, e a metade dos cerca de 90 mil registrados nos meses desde o início da pandemia.
Prazo
O número de óbitos registrados até março pode aumentar, assim como o número de nascimentos e a variação das médias e da comparação entre nascimentos e óbitos para o período, uma vez que os prazos para registros chegam a prever um intervalo de até 15 dias entre o falecimento e o lançamento do registro no Portal da Transparência.
Além disso, alguns estados brasileiros expandiram o prazo legal para comunicação de registros em razão da situação de emergência causada pela COVID-19. Os nascimentos também possuem prazo legal a ser observado, tendo os pais até 15 dias para registrar o recém-nascido em cartório.
Fonte: Estado de Minas