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08/04/2021

O Tempo - Veja o impacto da Covid-19 em Belo Horizonte bairro a bairro

Apenas 6 dos 487 bairros da capital mineira não registraram nenhum caso da doença

A “segunda onda” da pandemia atingiu de diferentes maneiras os 487 bairros de Belo Horizonte. Enquanto seis deles ? alguns dos menores e menos populosos ? continuam sem nenhum caso confirmado da Covid-19 sequer, o número de óbitos dobrou ou mais em 52 localidades da capital entre a virada do ano e o fim de março (veja o gráfico interativo abaixo).

Em números absolutos, os bairros com mais residentes mortos pelo coronavírus ao longo de toda a pandemia, segundo os dados mais atuais da Prefeitura, são: Serra (53), Alto Vera Cruz (46), Lindéia (43), Cabana do Pai Tomás e Padre Eustáquio (38), Sagrada Família (37) e Mantiqueira (34).

Proporcionalmente, porém, algumas áreas têm sido afetadas de forma mais dura pelo agravamento recente da crise sanitária. No Jardim Felicidade (região Norte), por exemplo, morreram 11 pessoas somente entre janeiro e março, número próximo ao registrado durante todo o ano passado, quando 12 moradores haviam perdido a luta contra a doença.

Situações semelhantes foram observadas no bairro Glória (região Noroeste), onde o total de vítimas dobrou nos últimos três meses, de oito em dezembro para 16 em março, ou no Teixeira Dias (Barreiro), com um salto de quatro para 11 óbitos no período.

Impacto

Isoladamente, esses números podem parecer pequenos. Juntos, no entanto, eles representam um aumento de 72% no total de mortes confirmadas pela Covid-19 em Belo Horizonte a partir de janeiro. A capital contabilizava 1.877 vítimas até a virada do ano, e ao fim de março já lamentava 3.224 perdas provocadas pela doença, segundo os boletins epidemiológicos da Prefeitura.

De acordo com dados da Associação Nacional dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil), os óbitos por Covid-19 registrados nos cartórios de Registro Civil representam um terço do total de moradores da capital mineira falecidos por todas as causas, naturais ou não, em 2021.

Até agora, apenas seis bairros “nanicos” de Belo Horizonte não tiveram nenhum caso confirmado da doença entre os seus residentes: Laranjeiras e Nova América (Venda Nova), Lorena (Noroeste), Mala e Cuia (Centro-Sul), Mirtes (Nordeste) e Vila da Área (Leste).

Mortalidade e incidência

Tendo em conta a população de cada bairro, pode-se concluir que os mais afetados pela pandemia até o momento são Ermelinda, Estrela do Oriente, Jardim Alvorada, Serra e São Francisco, com índices de mortalidade superiores a 250 por 100 mil habitantes.

Nesta segunda onda, considerando-se apenas os números de 2021, a situação é mais grave nos bairros Barroca, Taquaril, Teixeira Dias, Estrela do Oriente, Granja de Freitas, Califórnia e Barro Preto, com taxas projetadas de entre 80 e 120 óbitos a cada 100 mil pessoas desde janeiro.

Já as maiores incidências de diagnósticos positivos da Covid-19 encontram-se nos bairros Estrela do Oriente, Castelo, Belvedere, Paquetá, Barreiro, Estoril, Buritis e Fernão Dias, com uma estimativa de entre 5 mil e 6 mil casos confirmados a cada 100 mil moradores desde o início da pandemia.

Algumas dessas localidades aparecem no topo do ranking devido em grande parte aos aumentos neste ano. Estrela do Oriente, Castelo, Estoril, Barro Preto, Buritis, Paquetá e Fernão Dias estão entre os bairros com os maiores índices recentes de novos casos, com taxas acima dos 4 mil a cada 100 mil habitantes de janeiro para cá.

Esta análise de mortalidade e incidência foi realizada por O TEMPO com dados da Prefeitura e do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas). Ela considera as vizinhanças com pelo menos 3 mil habitantes, com o objetivo de eliminar valores muito discrepantes em função do número pequeno de moradores. Se desconsiderado esse critério, apenas para se ter uma ideia, as maiores mortalidades seriam as dos bairros Maravilha, Vila Nova Cachoeirinha II e Bacurau, mesmo com apenas uma vítima cada.

Fonte: O Tempo

 


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