Os alunos do 7º período de Direito da FDV passaram por uma experiência única que, com certeza, vai marcar a vida profissional desses jovens. Eles participaram, na última sexta-feira (27/9), de simulações de audiências de conciliações em dissídios coletivos de greves no Plenário do Tribunal Regional do Trabalho do Espírito Santo (TRT-ES). A iniciativa, realizada pela primeira vez corte capixaba, faz parte de um projeto da professora e vice-presidente do TRT, desembargadora Ana Paula Tauceda Branco.
Os alunos se colocaram no lugar de advogados, peritos e de presidentes e vice-presidentes de diversos sindicatos patronais e de trabalhadores. Dessa forma, eles sentiram na pele as dificuldades para resolver conflitos coletivos de trabalho, comuns na rotina em um tribunal trabalhista, ou seja, no segundo grau de jurisdição.
No papel de partes, advogados e de auxiliares da justiça, os alunos tentaram chegar a um acordo em problemas como acumulação de percepção dos adicionais de insalubridade e periculosidade para empregados expostos a essas situações gravosas, não-concessão de aumento salarial real, uso dos equipamentos de proteção individual (EPIs) e equipamentos de proteção coletiva (EPCs), entre outros.
Veracidade - A postura firme e a seriedade do presidente do TRT-ES, desembargador Marcello Mancilha, que presidiu a sessão simulada, deu um tom de veracidade, não fosse o fato de, no lugar do secretário de audiência, estar sentada a vice-presidente do TRT-ES, desembargadora Ana Paula Tauceda Branco. Em muitos momentos, os “autores” foram colocados em “saia justa”, com perguntas sobre normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego.
De acordo com a autora do projeto, a desembargadora Ana Paula Tauceda Branco, os alunos foram tratados como advogados e partes. O objetivo é prepará-los para o mercado e também torná-los cidadãos melhores. “Como professora, magistrada e profissional, essa é a maior realização que poderia ter. É o ensino comprometido com a base jurídica”, enfatizou.
A professora de Metodologia da Pesquisa, Juliana Ferrari de Oliveira, disse que projetos como esse fazem parte da filosofia de aprendizado da FDV, aliando teoria e prática. “Nessa ocasião, são desenvolvidos o improviso e a oralidade. Além disso, os alunos aprendem a se colocar no lugar do outro”, afirmou. Para o estudante Tiago de Souza Carioca, de 23 anos, a experiência vai contribuir bastante para a sua carreira de advogado. “Tivemos um mês e meio de pesquisa e preparo para esse grande dia. Essa simulação é válida, pois tira o nervosismo”, disse.