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X Congresso de Direito Notarial e de Registro em Foz do Iguaçu
Presidente do Irib destaca a informatização do registro de imóveis
O X Congresso Brasileiro de Direito Notarial e de Registro, organizado pela
Associação dos Notários e Registradores do Brasil, Anoreg-BR e pela
Associação dos Notários e Registradores do Paraná, Anoreg-PR, entre 15 e 18
de novembro no Mabu Thermas e Resort em Foz do Iguaçu, reuniu notários e
registradores de todo o país e foi prestigiado pelo corpo diretivo do Irib,
representado pelo presidente da entidade Helvécio Duia Castello; pelo
presidente do Conselho Deliberativo e vice-presidente nacional, João Pedro
Lamana Paiva; pelo vice-presidente/MG Francisco José Rezende dos Santos;
pelo vice-presidente/RJ Eduardo Pacheco; pela vice-presidente/SC Gleci Palma
Ribeiro Melo; pelo vice-presidente/SP George Takeda e pelo
vice-presidente/PR José Augusto Alves Pinto, também presidente da Anoreg-PR
e um dos anfitriões do evento. Também presentes os diretores do Irib Carlos
Eduardo Duarte Fleury, Flauzilino Araújo dos Santos, Patricia Ferraz e
Sérgio Jacomino.
Na abertura, que contou com a presença de autoridades do Judiciário,
Legislativo e governo, participaram da solenidade os ministros do Superior
Tribunal de Justiça (STJ) Fernando Gonçalves e Hamilton Carvalhido, o
vice-presidente do Tribunal de Justiça do Paraná, desembargador Antonio
Lopes de Noronha e o ex-ministro Moreira Alves (STF), entre outros. O evento
teve início com entrega do Prêmio PQTA 2008 - Prêmio de Qualidade Total da
Anoreg 2008.
Na solenidade, o presidente da Anoreg-BR, Rogério Portugal Bacellar,
destacou a importância da realização do evento: “É com satisfação ver que
todos os estados brasileiros estão com representantes neste congresso, o que
demonstra a preocupação da nossa classe com a evolução dos serviços
prestados no país”.
O presidente da Anoreg-PR e vice-presidente do Irib/PR, José Augusto Alves
Pinto, deu as boas-vindas aos participantes destacando que o congresso é uma
oportunidade para que novos conhecimentos sejam disseminados para notários e
registradores de todo o país.
A informatização do registro de imóveis
O presidente do Irib Helvécio Castello, participou do painel de Registro de
Imóveis, pronunciando-se acerca do tema A Informatização do registro de
imóveis, que reproduzimos a seguir, na íntegra.
“Até o início da próxima década, dezenas de milhões de brasileiros
entrarão no mundo da certificação digital, que pode ser obtida em qualquer
serviço registral ou notarial” – Helvécio Castello, presidente do Irib
Vivemos um momento excepcional da vida brasileira, marcado por enormes
riscos e grandes oportunidades. Os riscos são globais e conhecidos, estão
nas manchetes dos jornais, no rádio, na TV, na Internet. É das oportunidades
que vamos tratar agora – e elas são muitas.
Os serviços notariais e registrais conquistaram espaço nos últimos anos.
Primeiro, pela valorização e a demanda imobiliária. Segundo, pela atribuição
confiada aos setores registral e notarial de atuarem como certificadores
digitais. São tarefas de grande envergadura e profunda repercussão social.
Na certificação, destacamos o papel desbravador dos companheiros Rogério
Bacellar e Leá Portugal, a quem homenageamos hoje como os primeiros notário
e registrador a pensar nessa vertente promissora de nossa atividade.
O mercado imobiliário do País cresceu com a estabilidade da moeda, o aumento
do emprego formal, juros módicos e segurança contratual.
Os serviços notariais e registrais oferecem segurança a compradores e
vendedores, bem como a instituições de crédito. Os registradores estão
obrigados a avaliar os contratos, ou seja, proceder à qualificação antes de
registrá-los nas respectivas matrículas. Zelam, portanto, pela obediência às
melhores práticas jurídicas.
Nos últimos sete anos, cerca de 700 mil propriedades foram negociadas com
recursos do Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo, o SBPE, envolvendo
financiamentos da ordem de R$ 70 bilhões. As operações só são concluídas com
os registros nas matrículas imobiliárias dos direitos de mutuários e
financiadores, quer sob o regime de garantias hipotecárias, quer da
alienação fiduciária, outra vertente de desenvolvimento imobiliário.
Registros atualizados conferem às propriedades maior valor de mercado. Isto
significa prosperidade para quem vende e para quem compra. Os serviços
registrais são assim instrumentos de geração de riqueza. E terão importância
social crescente para as camadas mais pobres da população, agora que áreas
favelizadas são urbanizadas e será preciso conferir títulos de propriedade à
população carente. Os novos proprietários tomarão crédito com mais
facilidade, podendo melhorar seu padrão de vida ou abrir negócios. É um
avanço rumo à cidadania.
Mas há uma nova atribuição dos serviços notariais e registrais, da maior
relevância para o País. Ela consiste em promover a certificação digital de
pessoas e empresas. Com um smart card ou um token, os titulares assinam
digitalmente os contratos, assumem obrigações ou têm acesso on-line aos
órgãos tributários. Não mais precisam deslocar-se fisicamente. Esta é uma
revolução que acelera a modernização da economia brasileira, para um patamar
igual e às vezes superior à dos mais avançados países do mundo.
A Justiça brasileira já reconheceu o valor da certificação. Para assegurar a
integridade dos softwares nas eleições municipais de 4 e 26 de outubro, o
Tribunal Superior Eleitoral (TSE) convocou a Autoridade Certificadora
Brasileira de Registros (ACBR) e a Autoridade Certificadora Notarial (AC
Notarial) para emitirem certificados digitais aos ministros do TSE.
Ministro Joaquim Barbosa (STF e vice-presidente do TSE) e Ministro Eros Grau
(TSE e STF) - foto da geração dos Certificados Digitais pela AC BR – Salão
Vermelho do TSE – 4/09/08
E o exemplo brasileiro tende a frutificar. Nas eleições americanas, as filas
ou os votos por carta poderiam ser substituídos, com vantagem para os
eleitores, por votos com assinatura digital, não passível de adulteração. O
Brasil poderá chegar a médio prazo até este ponto, dada a segurança do
sistema eletrônico e do modelo de Chaves Públicas adotado. Esta segurança
estará preservada com o voto digital.
A certificação digital é instrumento de defesa da sociedade, ameaçada pela
presença crescente de espiões digitais, interessados em “roubar” informações
e ameaçando desmoralizar as instituições. É arma de defesa da cidadania, da
segurança das famílias, das empresas e das instituições.
Até o início da próxima década, dezenas de milhões de brasileiros entrarão
no mundo da certificação digital, que pode ser obtida em qualquer serviço
registral ou notarial.
A certificação digital introduzirá crescente velocidade e segurança nas
transações. E abre o caminho para a introdução de modelos de gestão de
empresas virtuais.
Falamos, pois, da nova realidade dos serviços notariais e registrais.
E ela em nada prejudica a relevante função histórica do registro,
assegurando que fatos importantes da vida de um povo se perpetuem.
Podemos comparar os benefícios proporcionados por serviços registrais
eficientes e modernos aos benefícios assegurados pelos investimentos na
infra-estrutura física do País, em eletricidade, saneamento,
telecomunicações ou transporte e logística. O papel da assinatura digital
consiste em aumentar a eficiência econômica, promover a inclusão, beneficiar
consumidores e estimular a economia formal.
Os serviços notariais e registrais tornam-se, cada vez mais, instrumentos de
progresso coletivo e da prosperidade individual. Deixam para trás a crítica
fácil dos que ainda lhe atribuem apenas um caráter burocrático-cartorial. O
presente e o futuro mostram que nosso segmento insere-se na vanguarda
tecnológica, empregando os meios digitais para desenvolver as empresas e o
País. |