Justiça e Alçada agora são um tribunal único

Com a presença dos presidentes dos tribunais de Justiça e de Alçada, de dezenas de desembargadores e juízes, vários deputados e outras autoridades, o presidente da Assembléia Legislativa, deputado Mauri Torres, promulgou na noite de segunda-feira (19) a Emenda à Constituição n. 63, que unifica os tribunais de Justiça e de Alçada. A emenda originou-se da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 22/03, do deputado Durval Ângelo, que começou a tramitar em março do ano passado, tendo sido aprovada por unanimidade no dia 8 deste mês, depois de meses de debates com membros do Judiciário.

Em seu discurso, o presidente da Assembléia lembrou "a sensibilidade do Poder Legislativo para perceber as mudanças exigidas pela sociedade e trabalhar nessa direção".

Os presidentes dos tribunais de Justiça e de Alçada, Márcio Antônio Correia de Marins e Alvimar de Ávila enfatizaram a simplificação dos processos e a padronização dos atos administrativos como os principais ganhos da unificação, além da economia de despesas que a mudança vai acarretar.

O presidente Mauri Torres enfatizou, também, que as mudanças farão da magistratura uma carreira mais atraente, com a possibilidade de ascensão mais rápida do juiz ao cargo de desembargador. Ele destacou que o trabalho da Assembléia se alia ao de outras instâncias do poder público, especialmente na esfera federal, por uma Justiça mais rápida e mais próxima da população. O deputado Bonifácio Mourão (PSDB), que é presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Assembléia e presidiu também a comissão especial que analisou a PEC 22 - da qual ele foi também relator -, disse que a Assembléia atendeu aos anseios da população e se sente gratificado por isso.

O deputado Durval Ângelo, autor da PEC, fez um histórico das quatro tentativas anteriores de unificar os tribunais, com a apresentação da primeira proposta em 1996. Lembrou que, apesar da demora na unificação, que já foi efetiva no Rio de Janeiro e no Rio Grande do Sul, Minas foi pioneira na iniciativa. Destacou a colaboração dos desembargadores Reinaldo Ximenes e Tibagy Sales e "a coragem do presidente Márcio Antônio Correia e Marins, do Tribunal de Justiça", que apoiou a iniciativa.

O presidente do Tribunal de Alçada, juiz Alvimar de Ávila, afirmou que a unificação coloca o Poder Judiciário mais próximo do povo, "numa Justiça mais ágil, como todos nós sonhamos". Ele disse que todos os direitos dos servidores do Tribunal de Alçada serão garantidos. O presidente do Tribunal de Justiça, Márcio Antônio Marins, destacou que a sociedade só tem a ganhar com a unificação, e que agora será necessária uma legislação complementar para promover as mudanças na estrutura dos dois tribunais, visando adequá-los à nova realidade. Ele destacou como principais ganhos a redução dos níveis hierárquicos, a padronização dos procedimentos administrativos, a economia de recursos e a unificação dos orçamentos.

Com a nova emenda, os juízes do Tribunal de Alçada se tornarão desembargadores do Tribunal de Justiça, o que, de acordo com Durval Ângelo, não acarretará aumento de despesa, uma vez que, em contrapartida, serão eliminados dezenas de cargos de recrutamento amplo, que hoje estão na estrutura do Tribunal de Alçada.

Presenças - A solenidade teve a participação dos deputados Bonifácio Mourão (PSDB), Doutor Viana (PFL), Gil Pereira (PP), Wanderley Ávila (PPS), da deputada Maria Olívia (PSDB), além do presidente Mauri Torres (PSDB) e do deputado Durval Ângelo (PT).

Também estavam presentes o secretário de Estado de Governo, Danilo de Castro, representando o governador Aécio Neves, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral, desembargador Cláudio Costa, o representado do Ministério Público, Antônio de Pádua, o presidente do Tribunal de Justiça Militar, coronel Jair Cançado Coutinho, diversos juízes e desembargadores.


Fonte: Jornal "Minas Gerais" - 21/07/2004