O Tribunal de Justiça do Estado da Bahia (TJBA) está convencido que a
privatização é a única maneira de melhorar os serviços dos cartórios
extrajudiciais, segundo Marcelo Berthe, juiz auxiliar da Presidência do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Na última quarta-feira (09/02), ele
esteve em Salvador para discutir o assunto com o Judiciário local. A Bahia é
o único estado que mantém os cartórios estatizados.
A privatização, explicou Berthe, solucionaria um dos principais problemas
dos cartórios: a falta de pessoal. Atualmente, o TJBA está com dificuldade
para contratar servidores, porque suas despesas com pessoal estão próximas
ao teto previsto na Lei de Responsabilidade Fiscal. Segundo Berthe, 80% dos
cartórios da Bahia estão vagos.
Ao delegar o serviço para particulares, o poder público passa para os
titulares dos cartórios a incumbência de contratar e pagar os funcionários.
Os atuais servidores poderão ser aproveitados pelo Tribunal, que também está
com déficit de pessoal, e por algum cartório que continuar estatizado. “O
Tribunal de Justiça da Bahia está caminhando para a privatização”, disse o
juiz.
A estatização dos cartórios extrajudiciais na Bahia começou na década de
1960, no governo de Antonio Carlos Magalhães. Embora a Constituição de 1988
tenha estabelecido que o serviço deve ser prestado por particular sob
delegação do poder público, o estado mantém os cartórios estatizados até
hoje.
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