Em discurso no Plenário na
quarta-feira (4), o senador Pedro Simon (PMDB-RS) criticou a demora para
regulamentar a lei que determina a criação de cadastro nacional de registro
único para os brasileiros. O senador lembrou que a lei, cujo projeto foi de
sua autoria, foi sancionada em 1997 pelo então presidente da República
Fernando Henrique Cardoso, e lamentou que até agora não tenha sido
regulamentada.
Na opinião do senador gaúcho, a regulamentação da
Lei 9.454/97 só não interessa àquelas pessoas que querem manter a
multiplicidade de números com a finalidade de falsificar documentos. Simon
ressaltou que cada brasileiro possui mais de 20 números de documentos, o
que, afirmou, favorece a corrupção. A lei determina a instituição de número
único de registro de identidade civil.
- As CPIs mostram a falta de controle: contas fantasmas com desvios de
dinheiro público, falsificação de registros, de identidades, de cadastros
bancários, fiscais, alfandegários. Por serem tantos registros, perdeu-se o
controle - disse o senador.
Simon lembrou ainda, em seu pronunciamento, outra parcela da população que
não possui nenhum tipo de registro. Há estimativa de que existem 16 milhões
de brasileiros sem documentos, observou.
- O cidadão ou não tem registro ou é um emaranhado de números. No país dos
sem-registro, o cidadão é ninguém; no de muitos registros, ele pode ser
muitos - disse.
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