Relator retira previsão de união civil de pessoas do mesmo sexo e
inclui proibição de adoção por casal homossexual
A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou nesta quarta-feira a
criação do Estatuto das Famílias, que reunirá diversas normas sobre
casamento, filiação, divórcio e união estável. O texto aprovado é o
substitutivo do deputado José Linhares (PP-CE) ao
Projeto de Lei 674/07 e a outros sete projetos que tramitam
em conjunto.
A proposta ainda será votada pela Comissão de Constituição e Justiça e de
Cidadania, em
caráter conclusivo.
O texto original do PL 674/07, do deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP),
reconhece a união estável de pessoas do mesmo sexo. O relator, no entanto,
não incluiu essa parte em seu substitutivo.
Segundo Linhares, pesquisa recente da Fundação Perseu Abramo revelou que 49%
dos entrevistados são contra a união civil entre pessoas do mesmo sexo. "Na
condição de representantes eleitos do povo brasileiro, é nosso dever
inafastável, portanto, produzir leis que se mostrem adequadas às referências
por ele adotadas", afirmou.
O substitutivo também proíbe a possibilidade de adoção por casal
homossexual. Hoje não existe previsão para esse tipo de adoção, mas os
juízes permitem que um dos parceiros adote crianças como solteiro.
Conforme o texto aprovado, "mantêm-se os vínculos de filiação entre o
adotado e o cônjuge ou companheiro do adotante e respectivos parentes, salvo
pessoas que apresentem transtornos mentais, sexuais e comportamentais, sendo
vedada a adoção por casal homossexual".
O projeto também diz que as relações pessoais entre os cônjuges devem
obedecer aos deveres de fidelidade e lealdade recíprocas e vida comum no
domicílio conjugal. Linhares manteve as regras atuais para o divórcio
convencional.
O parecer de Linhares tem como base principal o texto do Projeto de Lei
2285/07, do deputado Sérgio Barradas Carneiro (PT-BA). Segundo Carneiro, a
proposta de um estatuto autônomo, desmembrado do Código Civil, foi elaborado
com o auxílio do Instituto Brasileiro do Direito da Família para separar as
questões pessoais da vida familiar das normas que regulam as questões
patrimoniais, como propriedade e contratos.
Outra razão para autonomia legal da matéria, de acordo com Carneiro, está no
grande número de projetos de lei que tramitam na Câmara e no Senado propondo
alterações "ao Livro de Direito de Família do Código Civil, alguns
modificando radicalmente o sentido e o alcance das normas atuais".
Veja a íntegra do relatório e do substitutivo
Íntegra da proposta:
PL-674/2007
PL-2285/2007
|