Neste sábado, dia 25 de outubro, é celebrado o Dia Nacional de Mobilização
pelo Registro Civil. A data será comemorada pelo Conselho Nacional de
Justiça (CNJ) de 17 a 21 de novembro, ao promover a Semana Nacional pelo
Registro Civil. Nesse período, serão realizadas campanhas e mutirões em todo
o país para garantir a emissão gratuita de certidão de nascimento às
crianças e a adultos que ainda não possuem o documento.
O Dia Nacional, que já é comemorada desde 2003, este ano, passa a ser
incluída no calendário do CNJ. Inicialmente, a mobilização nacional pelo
Registro Civil iniciaria no próprio dia 25, Mas foi adiada para não
coincidir com o segundo turno das eleições, que será realizado neste
domingo, em todo o Brasil.
A certidão de nascimento é um direito estabelecido no Artigo 7 da Convenção
sobre os Direitos da Criança, ratificada pelo Brasil em 24 de setembro de
1990. Ele enfatiza que "a criança será registrada imediatamente após seu
nascimento e terá direito, desde o momento em que nasce, a um nome, a uma
nacionalidade e, na medida do possível, a conhecer seus pais e a ser cuidada
por eles". No Brasil, o registro civil também é um direito assegurado pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).
Sub-registro - Embora seja um direito, ainda há muitas crianças sem
certidão de nascimento. Estimativas do CNJ demonstram que cerca de 13% das
crianças nascidas em hospitais brasileiros não são registradas. A
conselheira do CNJ, Andréa Pachá, presidente da Comissão de Acesso à
Justiça, Juizados Especiais e Conciliação disse que dentre os fatores que
motivam o sub-registro de nascimento, estão "o desconhecimento das leis, a
negligência, a distância do domicílio ao cartório e o grau de instrução dos
pais".
Segundo ela, um dos maiores entraves à realização do registro de nascimento
era a cobrança da taxa para emissão do documento, que foi extinta em 2007
com a Lei 9.534/97. Essa Lei, que garantiu a gratuidade do registro civil,
deu nova redação ao art.30 da Lei de Registros Públicos (Lei 6.015/73),
isentando a cobrança na emissão de certidão de nascimento e também de óbito.
Andréa Pachá disse que na Semana Nacional pelo Registro Civil, o CNJ também
vai cobrar dos Tribunais, a fiscalização pela gratuidade do documento.
A conselheira Andréa Pachá destacou ainda que a falta de certidão de
nascimento exclui crianças e adolescentes de direitos garantidos, que vão
desde o recebimento de doses de vacinas até a inclusão em benefícios do
governo. "O sub-registro dificulta também o planejamento de políticas
públicas, que podem apresentar deficiências no atendimento" e enfatizou que
a criança sem identificação poderá enfrentar muitas dificuldades, além de
perder alguns direitos garantidos por lei. "A criança sem registro não tem
acesso à escola, terá dificuldade no atendimento em postos de saúde e, o
mais lastimável, é que ela não existe como cidadã", completa a conselheira.
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