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Constituição brasileira poderá ser alterada para garantir a todos os
cidadãos gratuidade na primeira emissão dos registros civis de nascimento,
casamento e óbito. De iniciativa do senador Pedro Simon (PMDB-RS), a
proposta (PEC 34/2005) está pronta para ser votada, precisando passar por
dois turnos de deliberação, antes de seguir para a Câmara.
A Constituição hoje já determina que são gratuitos, para os reconhecidamente
pobres, o registro civil de nascimento e a certidão de óbito. A proposta de
Simon contempla todos os brasileiros com essa gratuidade, acrescentando a
certidão de casamento. Ele limita contudo esse direito à primeira emissão
desses documentos.
O propósito do autor é que o cidadão dedique o devido zelo à guarda dessas
certidões, entre outras razões, porque terá que pagar pela segunda emissão.
Outra novidade é que, em vez dos cartórios, a administração pública arcará
com os custos decorrentes da primeira emissão desses documentos.
Ao justificar sua iniciativa, Simon apontou a dificuldade burocrática hoje
imposta pela Constituição a quem deseja fazer gratuitamente esses registros.
"Ao conceder aos reconhecidamente pobres a gratuidade dos registros, a
Constituição acaba por dificultar a vida dos cidadãos menos privilegiados,
que terão de cumprir etapa burocrática antes de propor a obtenção dos
documentos. Além disso, nem sempre é fácil delimitar o que venha a ser
reconhecidamente pobre, e assim evitar injustiças para com alguns
indivíduos".
Observando que a exigência do registro civil no Brasil só foi oficializada
às vésperas da proclamação da República, Simon afirma, na justificação do
texto, que essa prática até hoje não se firmou inteiramente nos sertões
brasileiros. Ele informa que ali ainda é costume a família aguardar que a
criança atinja a idade escolar para registrá-la, muitos casamentos não são
formalizados e os registros de óbito são mais raros ainda.
"Assim, é fundamental que se facilite e incentive a tarefa de providenciar
todos os registros, a fim de que se obtenham dados e informações corretas
sobre a população existente no país, sem que seja necessário dar-se à tarefa
insana de contar "cabeça a cabeça" cada habitante que nasce, que se casa e
que morre" - afirma o parlamentar.
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