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A Câmara analisa o
Projeto de Lei 7412/06, que autoriza o Poder Executivo a regularizar
as ocupações dos imóveis da União, inclusive de assentamentos informais
de baixa renda. O objetivo é beneficiar as comunidades que vivem em
áreas rurais, tradicionais, remanescentes de quilombos e em favelas, por
meio da concessão de títulos de uso e doação de terras urbanas para
famílias de baixa renda que já adquiriram o direito à regularização. A
proposta permite que terras da União e áreas públicas possam ser usadas
ou transferidas para programas de habitação de interesse social. "Não se
trata de uma pura e simples concessão de terras, mas de uma política
pública vinculada a programas de aquisição de moradia dos governos
federal, estadual e municipal", ressalta o autor da proposta, deputado
Inácio Arruda (PCdoB-CE).
Interpretações divergentes
O projeto altera uma série de leis para unificar a legislação referente
ao assunto e eliminar as interpretações divergentes. Para o deputado,
são essas diferentes interpretações jurídicas que impedem a
regularização de moradias.
A União poderá firmar convênios com os estados, Distrito Federal e
municípios em cujos territórios se localizem os imóveis e celebrar
contratos com a iniciativa privada, desde que sejam realizadas as
licitações previstas em lei. Serão dispensados de licitação os imóveis
usados em programas de regularização fundiária de interesse social.
Para receber o imóvel por meio de programas habitacionais, o cidadão não
poderá ser dono de outro imóvel e deverá ter renda familiar igual ou
inferior a cinco salários mínimos.
Beneficiários
Segundo Inácio Arruda, o número de famílias que poderão ser beneficiadas
é de aproximadamente 1 milhão, contabilizadas as propriedades da União,
estados, municípios e privadas. Só a regularização dos imóveis da União
beneficiará em torno de 400 mil famílias. "Apesar de significativos,
esses números representam menos de 10% do total de famílias que residem
de forma irregular no Brasil, estimadas entre 12 e 14 milhões", alerta.
O parlamentar destaca, ainda, que a regularização fundiária dos
assentamentos das populações de baixa renda, "respeitando as terras
indígenas, quilombolas e comunidades tradicionais", é uma das resoluções
da 2ª Conferência das Cidades, realizada em Brasília em dezembro de
2005.
Tramitação
O projeto será analisado em
caráter conclusivo pelas comissões de Desenvolvimento Urbano; de
Trabalho, de Administração e Serviço Público; de Finanças e Tributação;
e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
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