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Posse de Orlando Carvalho lota Salão do
Júri do Fórum Lafayette
“Quem simplifica diz sim.” “Conciliar é legal e faz bem.” Frases como
essas, curtas, mas de grande efeito, vão fazer parte da gestão do novo
presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais, desembargador Orlando
Adão Carvalho, empossado na última terça-feira, 31/10, pelo
desembargador Hugo Bengtsson Júnior, que deixou o cargo.
A primeira refere-se a um dos ideais do novo presidente para a
simplificação das decisões: “Precisamos simplificar nossos ritos
processuais, dentro dos parâmetros legais; simplificar nossas decisões,
tornando-as mais concisas e claras”. Já o segundo slogan foi lançado
pelo Movimento Nacional pela Conciliação, do Conselho Nacional de
Justiça (CNJ). O novo presidente frisou que Minas Gerais, há dez anos,
detém experiência vitoriosa nessa área, com os Juizados de Conciliação,
Central de Conciliação, Central de Conciliação de Precatórios, além dos
Juizados Especiais.
”Minas Gerais já está construindo sua própria história de promoção da
cultura da paz, por meio da conciliação”, destacou o presidente Orlando
Carvalho. Ele também mencionou a gestão do Tribunal de Justiça de Minas,
pautada no Gerenciamento Pelas Diretrizes (GPD), comparando o TJ a uma
empresa privada. Valorização dos magistrados e servidores, construção da
nova sede, redesenhos da 2ª e da 1ª Instância, concursos públicos foram
ainda abordados.
O discurso do novo presidente teve momentos de sensibilidade ao
mencionar sua terra natal, Santa Luzia: “No túnel do tempo, percorro
ruas, capistranas (calçadas com lajes de grandes dimensões) e casarões
de minha heróica cidade e vejo-me de pés descalços ou calçados em
alpargatas de solado de corda, subindo ladeiras e descendo becos”.
Emoção ao falar da sua estimada família, e devoção ao mencionar o time
do coração – o Clube Atlético Mineiro, de quem recebeu, por mãos do
presidente Ricardo Avelar, o troféu “Galo de Prata”, uma placa e uma
camisa oficial.
A solenidade foi concorrida, tendo dela participado, entre outras
autoridades, o governador do Estado, Aécio Neves; o ministro do Supremo
Tribunal Federal, Sepúlveda Pertence, representando a presidente do STF,
Ellen Gracie; o ministro do Superior Tribunal de Justiça, Fernando
Gonçalves, representando o presidente do STJ, Raphael de Barros Monteiro
Filho; o presidente da Assembléia Legislativa de Minas Gerais, Mauri
Torres; a procuradora-geral de Justiça, em exercício, Ana Ivanete dos
Santos, a procuradora Ruth Lies Scholte Carvalho, representando o
Conselho Nacional de Justiça.
Coletiva
Antes da posse, o presidente Orlando Carvalho concedeu entrevista
coletiva a diversos veículos de comunicação, quando falou sobre algumas
das principais metas para o biênio 2006/2008: incentivar a conciliação,
reduzir o acervo de processos da 1ª e da 2ª Instância em 50%, estimular
decisões mais concisas e com linguagem acessível, aprimorar a
informatização processual e construção da nova sede.
O presidente ainda falou sobre o projeto de lei, em andamento na
Assembléia Legislativa, para criação de 1,2 mil cargos para 2ª
Instância, realizado após minucioso estudo e elaboração do redesenho da
Secretaria do TJMG. Muitos desses cargos são, hoje, exercidos por
terceirizados, que deverão ser dispensados após o concurso público.
Somente serão terceirizadas as atividades previstas em lei, como
segurança, limpeza e outras.
Frisou que os servidores terão melhorias salariais, em função de ajustes
no Plano de Carreiras, visando adequar o TJ à realidade de outras
instituições. Mas reconheceu que esse aumento “não é suficiente para
evitar a evasão dos bons profissionais”, uma vez que o salário do Poder
Judiciário Estadual é inferior ao de outras instituições com atividades
similares.
Menino de Santa Luzia
Ao saudar o novo presidente, o desembargador Eduardo Guimarães Andrade
ressaltou a grandeza de um filho da pequena cidade de Santa Luzia, que
chega à presidência do TJ. Mencionou as muitas qualidades do presidente
Orlando Carvalho, como a coragem, firmeza, bravura, ousadia, audácia e
generosidade.
Professor, jornalista, magistrado. Temperança, sabedoria, humildade.
Competência técnica, inteligência, entusiasmo. Homem do diálogo, de
traços morais em uma época em que a moralidade e a ética são
negligenciadas. “Na família, na vida pública, entre amigos – dedicação,
gentileza e fidelidade”, saudou o amigo e colega.
O desembargador Hugo Bengtsson Júnior, que passou o “bastão” do
Judiciário ao novo presidente, fez um balanço dos 14 meses de sua gestão
e foi aplaudido quando mencionou a adoção das férias individuais como um
entrave ao andamento processual. Tanto que o próprio Conselho Nacional
de Justiça, recentemente, voltou atrás sobre a questão, restabelecendo
as férias coletivas.
Implantação do Gerenciamento pelas Diretrizes, 15 novas varas, nomeação
de mais 5 mil servidores para a 1ª Instância, Plano de Carreiras,
encaminhamento do projeto à Assembléia, prevendo a criação de 1,2 mil
novos cargos para a Secretaria do TJMG, finalização do redesenho
organizacional da 2ª Instância e início do redesenho da 1ª Instância e
várias ações de comunicação. Tantas outras iniciativas foram mencionadas
pelo desembargador Hugo Bengtsson, que foi elogiado por todos pela
maneira firme e serena com que conduziu o Poder Judiciário mineiro
nesses tempos “difíceis e turbulentos”.
As principais ações da gestão do desembargador Hugo Bengtsson estão no
relatório “TJMG Desafiando o Tempo”, produzido pela Assessoria de
Comunicação Institucional, com os dados mais relevantes dos 14 meses de
sua atuação. O relatório será distribuído a magistrados, servidores e
autoridades de Minas e do país.
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