A Comissão de Seguridade Social e Família aprovou na quarta-feira (28) o
Projeto de Lei
2237/07, do deputado Vinicius Carvalho (PTdoB-RJ), que torna obrigatória
a instalação de postos de registro civil em hospitais e maternidades. Os
postos deverão registrar os nascimentos e óbitos, e emitir as respectivas
certidões. O texto altera a Lei de Registros Públicos (6.015/73).
O relator da proposta, deputado Roberto Britto (PP-BA), apresentou
substitutivo no qual determina que os postos de registro civil sejam
instalados em cidades com mais de 50 mil habitantes. O projeto original
previa a obrigatoriedade apenas para aquelas com mais de 100 mil. Britto
argumentou que o limite anterior excluía a grande maioria dos municípios
brasileiros, e que por isso optou por um número intermediário.
Britto lembra que, apesar da gratuidade assegurada por lei ao registro civil
de nascimento, ainda é grande o número de pessoas não registradas no Brasil,
especialmente nas regiões Norte e Nordeste. "O índice de crianças que não
têm a certidão de nascimento é alarmante", disse.
Matrícula em escolas
Para Vinicius Carvalho, a certidão de nascimento "é o primeiro momento da
cidadania", mas nem sempre as famílias conseguem fazer o registro. Ele
ressalta que, sem a certidão, as crianças não podem se matricular em escolas
nem ter acesso aos serviços públicos de saúde.
Além disso, em sua opinião, "as crianças ficam mais vulneráveis ao trabalho
infantil por não terem como comprovar a idade e se tornam alvos mais fáceis
do abandono e das diversas formas de exploração e tráfico de pessoas, já que
não há documentos para atestar a sua simples existência".
Ele cita como exemplo positivo uma iniciativa do Distrito Federal, o
programa "Maternidade Cidadã", que mantém em funcionamento postos de
registro civil nas maternidades públicas. De acordo com o parlamentar, a
iniciativa "tem contribuído largamente para o aumento do número de registros
de crianças nascidas, melhorando a vida da população de baixa renda e
facilitando o planejamento de ações governamentais".
Tramitação
O projeto, que tramita em caráter conclusivo, será analisado ainda pela
Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.
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