Brasília - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (12), em
Sergipe, que ao fim do mandato entregará um documento, registrado em
cartório, com todas as obras feitas durante os oito anos de sua gestão. Ao
discursar durante a solenidade de inauguração das obras de recuperação do
Quarteirão dos Trapiches, no município de Laranjeiras, Lula criticou seus
antecessores “que não tiveram preocupação com o país” e disse que seu
governo fez a opção de investir em educação os recursos antes usados para
construir cadeias.
“Acabou o tempo em que presidente da República não tinha que dizer o que
fez. Agora não, vou chegar ao dia 31 de dezembro [de 2010], quando entregar
o mandato, e entregar um pacote de coisas que foram feitas neste país”,
disse o presidente. “Cada ministro vai ter que preparar [um relatório] com
cada centavo que investiu e terá que ir a um cartório registrar para que eu
possa entregar a todos os reitores das universidades do Brasil, para todos
os presidente de sindicatos, para cada parlamentar brasileiro, governador e,
sobretudo, para o sucessor ou sucessora, talvez.”
Para Lula, essa medida fará com que o próximo presidente tenha o compromisso
de manter o que foi feito e, até mesmo, ampliar o que foi deixado. “Quero
fazer isso porque quem entrar vai olhar o que está feito e Deus queira que
ele queira fazer mais do que eu”, afirmou.
Lula voltou a sinalizar que não concorda com a ideia de um terceiro mandato,
diferentemente de proposta que tramita na Câmara dos Deputados, e reafirmou
que tem uma candidata à sucessão, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma
Rousseff.
“A minha oposição fica zangada, fica nervosa e eles sabem que eu tenho
candidata à presidência da República. Eles têm que saber mais que as
mulheres de hoje não são subservientes como há 30 anos. As mulheres, agora,
querem estudar, fazer política e chegar ao poder. E por que não à
Presidência da República”, disse Lula em relação a eventual candidatura de
Dilma às próximas eleições presidenciais, no ano que vem.
Também participaram da solenidade os ministros da Educação, Fernando Haddad,
da Cultura, Juca Ferreira, o governador de Sergipe, Marcelo Déda (PT), o
senador Almeida Lima (PMDB-SE), além de prefeitos e de deputados estaduais. |