O Superior Tribunal de Justiça Militar reconheceu a união entre pessoas do
mesmo sexo e decidiu que todos os servidores homossexuais da Justiça Militar
têm o direito de incluir seus parceiros no plano de saúde. A ordem deverá
ser efetivada pelo Conselho Deliberativo do Plano de Saúde da Justiça
Militar da União (PLAS/JMU) nos próximos dias.
A decisão do STM foi tomada nessa quinta-feira (8/9) no julgamento de
Questão Administrativa remetida ao tribunal pelo Sindicato dos Trabalhadores
do Poder Judiciário Federal de Minas Gerais. Ao votar, a ministra Maria
Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha, relatora, disse que a assistência à
saúde é um direito garantido pela Constituição Federal, responsável por
resguardar os princípios da igualdade e do respeito às diferenças.
A relatora citou decisões recentes do STF, STJ e Conselho Nacional de
Justiça, que também estenderam o benefício a seus servidores. De acordo com
a ministra Maria Elizabeth, a união homoafetiva como grupo familiar, quando
demonstra estabilidade e finalidade de constituir família, é reconhecida por
leis e decisões judiciais em vários países.
O ministro Flávio Bierrenbach disse que a decisão foi uma sinalização
importante da Justiça Militar, considerada muito conservadora para certas
questões. "Se fosse há 25 anos, nem se tocava no assunto, era tabu. Nessa
quinta, votamos com a maior naturalidade e foi aprovado. É uma sinalização
importante que mostra ao conjunto do Judiciário que este tribunal (STM),
embora seja o mais antigo do pais, está aberto a novas idéias", disse o
ministro.
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