Fãs da trilogia "O Senhor dos
Anéis", de J. R. R. Tolkien, os estudantes paranaenses Arielly Rodrigues (18
de idade) e Cristiano Costa (23), conseguiram, enfim, homenagear a saga,
dando ao filho o nome do elfo Lehgolaz.
Um elfo é uma criatura mística da mitologia germânica e do paganismo
germânico que ainda vive no folclore do norte da Europa. Lá eles são
divindades menores da natureza e da fertilidade. Os elfos são geralmente
mostrados como jovens de grande beleza vivendo em florestas, sob a terra, em
fontes e outros lugares naturais. Foram retratados como tendo longa vida ou
imortalidade, e com poderes mágicos, qualidades mostradas bastante na obra
referida.
Os pais, que passaram dois meses tentando oficializar o nome, só conseguiram
nesta semana registrar o bebê, agora com três meses de idade, após a juíza
Luciane Pereira Ramos, da Vara de Registro Civil de Castro (PR), dar uma
autorização judicial. Lehgolaz (pronuncia-se Légolas) foi registrado
anteontem (17) no cartório da cidade.
Antes, o titular do cartório, Robert Jonczyk, havia orientado os pais a
refletir sobre o nome. Segundo ele, "o objetivo era proteger a criança de
exposição ao ridículo e à chacota no futuro". Como os pais insistiram, o
juiz suscitou judicialmente a dúvida
Em sua decisão, a juíza considerou a cautela do cartório "correta", mas
concluiu "não considerar que o nome escolhido possa ser um problema para o
menino".
"Agora já posso pensar em batizar meu filho", diz Arielly, ouvida pela
jornalista Mari Tortato, da Agência Folha. A mãe não segue uma religião. Já
o marido é católico. Até o início desta semana, o nome Lehgolaz só constava
da carteira de vacinação.
Arielly se diz "feliz" com o reconhecimento da juíza, mas se queixa do
cartório. "Não precisava ter acontecido tudo isso. O nome não é comum, mas
não tem nada que possa expor meu filho ao ridículo. Tenho certeza de que
isso nunca acontecerá."
O oficial cartorário Jonczyk afirma que o pedido de reflexão dos pais é uma
situação corriqueira e que não significa uma recusa. A Lei nº 6.015/73
estabelece que "os oficiais do registro civil não registrarão prenomes
suscetíveis de expor ao ridículo os seus portadores".
Se depender do casal, haverá outro "debate" em um futuro próximo. Arielly
diz que ainda não sabe quando, mas que, se tiver uma filha, ela vai se
chamar Aicha (nome da terceira esposa do profeta Maomé).
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