Sempre que o nome do pai de uma criança não
for informado no momento de seu registro de nascimento, o juiz terá que
questionar a mãe sobre a paternidade do filho. É o que determina o
substitutivo do senador Marco Maciel (DEM-PE) a projeto (PLS
101/07) de autoria do senador Marcelo Crivella (PRB-RJ). A matéria
consta da pauta da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania e poderá ir
a votação na próxima quarta-feira (18). O projeto será examinado em
decisão terminativa e seguirá diretamente para a Câmara dos Deputados.
De acordo com o substitutivo de Marco Maciel, o oficial do cartório de
registro de nascimento terá cinco dias para informar ao juiz quando uma
criança for registrada sem o nome do pai. O oficial deverá também perguntar
à mãe nome, profissão, identidade e residência do suposto pai - informações
que também deverão ser encaminhadas ao juiz.
Ao juiz caberá ouvir a mãe sobre o suposto pai e mandar notificá-lo,
qualquer que seja seu estado civil, para que se manifeste sobre o caso,
determinando que tal diligência ocorra em segredo de Justiça.
O projeto modifica a Lei 8.560/92, que regula a investigação de paternidade
nos casos dos filhos nascidos fora do casamento. São essencialmente três
mudanças: a primeira é que os cartórios passam a ter um prazo para informar
os casos de registro sem o nome do pai, o que atualmente não existe.
Pela lei atual, o juiz não é obrigado a ouvir a mãe e determinar diligências
de investigação de paternidade em todos os casos em que opai da criança não
está registrado na certidão - a legislação manda que ele o faça "sempre que
possível". Está aí a segunda modificação feita pelo projeto: o juiz agora
sempre terá que chamar a mãe para que ela aponte o pai, o que poderá reduzir
o número de certidões sem a informação da paternidade.
Por fim, a determinação de que as diligências para investigação de
paternidade se façam sob segredo de Justiça em todos os casos também é uma
novidade.
O restante dos procedimentos para definir quem é o pai de uma criança,
estabelecidos pela Lei 8.560/92, permanecem os mesmos. Se o homem apontado
pela mãe da criança confirmar a paternidade, será lavrado termo de
reconhecimento e seu nome será acrescentado na certidão de nascimento. Caso
ele não se manifeste ou não confirme ser o pai num prazo de 30 dias, o juiz
encaminhará os autos ao Ministério Público, para que este promova, se houver
elementos suficientes, a ação de investigação de paternidade.
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