Como funciona o Extrajudicial - Selo de Fiscalização dos cartórios facilita atuação da Corregedoria

Se você encontrou dificuldades na hora de registrar um imóvel em cartório, autenticar um documento ou firma, solicitar registro de nascimento ou óbito, você pode procurar, em Belo Horizonte, a Corregedoria Geral de Justiça do Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Uma das muitas funções da Corregedoria é fiscalizar os Serviços Notariais e de Registro de todo o Estado. Para isso, existe a Superintendência de Informática e Serviços Extrajudiciais, sob a responsabilidade do juiz corregedor José Antônio Braga. 
Ele explica que a superintendência cuida da orientação e solução dos conflitos entre usuários e registradores ou notários. "O número de reclamações não é elevado, mas qualquer pessoa pode reclamar ou denunciar irregularidades. Na capital, deve dirigir-se direto à Corregedoria (Rua Guajajaras, 2.009) e, no interior, deve procurar o diretor do Foro da comarca", esclarece. 
Braga é professor na Fumec, entrou para a magistratura em 88, trazendo uma experiência de 25 anos na iniciativa privada, na área têxtil e bancária, onde desenvolveu seu perfil de administrador, o que o ajuda no exercício de suas funções de magistrado, já que adquiriu a capacidade de ser um pacificador. "Seja aqui na Corregedoria ou à frente de um Juízo, o magistrado lida o tempo todo com interesses conflitantes, o que exige dele equilíbrio e sensatez constantes", ressalta. 
Selo de Fiscalização - Em vigor desde abril do ano passado, o Selo de Fiscalização foi lançado pela Corregedoria-Geral de Justiça. O selo destina-se à fiscalização judiciária da prática dos atos notariais e de registro e da contagem, cobrança e pagamento de emolumentos. A Corregedoria disponibilizou o telefone 0800-2836300 para informações, sugestões, reclamações e denúncias a respeito do selo. 
O juiz José Antônio Braga destaca que a implantação do selo permitiu à Corregedoria o melhor acompanhamento dos serviços denominados "avulsos", ou seja, reconhecimento de firma, autenticação de documentos e expedição de certidões, que não eram lançados no livro de registros e sobre os quais a Corregedoria não tinha controle. "O selo tem como objetivos compensar a gratuidade estabelecida pela Lei Federal nº 9.534/97, pelo registro civil de nascimento e pelo assento de óbito, proteger os interesses dos usuários dos serviços notariais e de registro, do erário público e dos contribuintes, além de preservar a segurança dos atos notariais e de registro, evitando as falsificações e fraudes", frisa. 
Concurso - A Superintendência de Informática e Serviços Extrajudiciais é, ainda, responsável pelo levantamento de vagas existentes nos Serviços Notariais e de Registro de Minas Gerais para realização de concurso. O primeiro concurso foi realizado em 2002 e o juiz corregedor explica que os aprovados já foram empossados e entraram em exercício. "O concurso foi muito importante porque é a maneira legal de ingresso no serviço de natureza pública. Agora, será feito um levantamento de novas vagas, sob a orientação do corregedor-geral e, logo a seguir, as informações serão enviadas à Segunda-Vice Presidência do TJ para deliberar sobre a realização de novo concurso", adianta. 
Aperfeiçoamento - A Corregedoria também orienta e fiscaliza o Serviço Judicial. Na área de Informática, atua junto à 1ª Instância e tem planos para o aprimoramento dos serviços, conforme explica o juiz Braga: "Hoje, temos 80% dos processos em bancos de dados. A preocupação da Corregedoria é o aperfeiçoamento constante dos programas em utilização, com destaque para o Sistema de Informatização de Comarcas (Siscom). Outro projeto é levar às comarcas treinamento para a plena utilização da informática, o que deverá ser feito em parceria com a estrutura da 2ª Vice-Presidência, através da Escola Judicial. Não adianta termos tecnologia de ponta se o sistema não for atualizado e as pessoas preparadas para atuar com os programas." 


Fonte: Site do TJMG - 09/04/2003