A partir de dezembro, todos os pagamentos ao funcionalismo público estadual
serão feitos por meio do Banco do Brasil. Medida trará benefícios para os
servidores e ganho financeiro ao Estado
O governador Aécio Neves assinou na quarta-feira 17/10 contrato com o Banco
do Brasil para o pagamento da folha dos servidores ativos, inativos e
pensionistas do Estado, a vigorar a partir de 1° de novembro próximo. O
primeiro recebimento via Banco do Brasil acontecerá em dezembro, quando a
folha de pagamento de novembro será paga. A medida vale para todos os 541,8
mil servidores públicos estaduais, incluindo os funcionários do Executivo,
Legislativo, Tribunal de Contas, Ministério Público, e a maioria das
empresas vinculadas ao Estado.
Com essa medida, o Governo de Minas sustenta sua política de identificação
de novas fontes de receita para o Estado e garante ao servidor público uma
série de benefícios, como a isenção de tarifa para manutenção de conta
corrente, consultas ilimitadas de saldo bancário, dois extratos impressos
por mês sem custo, até cinco saques por evento de crédito e talão de
cheques, dentre outras.
O Banco do Brasil pagará ao Estado R$ 1,23 bilhão para concentrar todos os
pagamentos da folha de pessoal, cujo volume mensal gira em torno de R$ 800
milhões. O contrato com o BB tem prazo de 60 meses (cinco anos), a contar a
desta data de assinatura. Como o contrato com o Itaú havia sido prorrogado
em 2002 e teria vigência até 31 de dezembro de 2010, o Governo do Estado fez
um acordo rescisório com a instituição. O Itaú continuará a centralizar os
recebimentos do Estado e o pagamento a parte dos fornecedores.
Negociação
Em março deste ano, após identificar que os serviços relacionados ao
pagamento da folha salarial dos servidores públicos estaduais, no contexto
do ambiente financeiro no País, representavam oportunidade de ganhos
financeiros para o Estado e mais benefícios aos servidores, o Governo de
Minas iniciou conversa com os bancos pagadores (Itaú, Banco do Brasil e
Bradesco), buscando rever a situação vigente.
Além de ter oferecido o melhor pacote de benefícios aos servidores, a
proposta do Banco do Brasil, de R$ 1,23 bilhão pela administração da folha
de pagamento dos servidores públicos, foi a oferta econômica mais vantajosa
ao Estado.
O processo de contratação direta do Banco do Brasil está fundamentada
juridicamente no inciso VII do artigo 24 da Lei Federal 8.666/93, que
dispensa o processo licitatório na contratação de instituição oficial. A
Advocacia-Geral do Estado foi consultada formalmente sobre a possibilidade
jurídica de o Estado realizar receitas a partir da alienação do direito de
administrar o pagamento da folha salarial e também sobre a contratação
direta do Banco do Brasil, sob o âmbito da Lei 8.666/93. Os dois pareceres
da AGE foram favoráveis à operação.
A partir de novas normas voltadas à regulamentação dos serviços bancários
tratando do pagamento de folha salarial no Brasil, editadas pelo Banco
Central no final do exercício de 2006, vários outros estados vêm promovendo
a revisão dos contratos de prestação de serviços mantidos pelos bancos. As
prefeituras das cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, e os
governos dos estados de Goiás, São Paulo e Rio de Janeiro, já concluíram
negociação nesse sentido.
Nesse mesmo sentido, a SEF/MG realizou trabalhos orientados à qualificação e
à mensuração da folha salarial dos órgãos e entidades vinculados ao
Executivo e contratou os serviços de consultoria especializada da Fundação
de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecapi) para precificação
da folha de pagamento.
Este trabalho promoveu levantamento junto a outras unidades da federação que
firmaram contratos de prestação de serviços com a rede bancária e concluiu
que os benefícios obtidos variaram entre R$ 31,58 e R$ 45,83 por
servidor/mês. Essa variação é explicada pelo fato de que em grande parte dos
estados e prefeituras pesquisados foram incluídos, além da folha de
pagamento, outros serviços bancários, como pagamento de fornecedores,
centralização de receita e arrecadação de tributos e taxas.
No caso de Minas Gerais, o estudo da Fipecafi concluiu que o valor de
mercado de sua folha de pagamento variava entre R$ 27,94 e R$ 38,63 por
servidor/mês.
Contratação
De acordo com o contrato formalizado nesta data com o Banco do Brasil, o
Governo de Minas, pela concessão à instituição financeira da exclusividade
de pagamento da folha salarial dos servidores públicos mineiros, pelo prazo
de 60 meses, está obtendo um benefício financeiro total e imediato de R$
1,230 bilhão.
Este valor foi calculado com base em 541.801 servidores ativos, aposentados
e pensionistas, dos Poderes Executivo e Legislativo, do Ministério Público,
do Tribunal de Contas, das Fundações, das Autarquias e de algumas empresas
vinculadas, à base de R$ 37,84 por servidor/mês, pelo prazo de 60 meses.
A partir de dezembro deste ano, ando passa a vigorar o distrato contratual
com o Banco Itaú, essa instituição permanecerá como um dos agentes
arrecadadores das receitas e encarregado da centralização dos recursos
estaduais.
Migração
O Governo do Estado, por meio das Secretarias de Estado da Fazenda e de
Planejamento, juntamente com o Banco do Brasil, estão acertando os últimos
detalhes para a abertura de conta dos servidores públicos no Banco do Brasil
e a transferência dos pagamentos para essa instituição financeira. Os
servidores, sejam da ativa, inativos ou pensionistas, não precisam tomar
qualquer providência, por enquanto.
Uma série de ações de comunicação serão tomadas nas próximas semanas,
orientando o funcionalismo sobre a mudança, que na prática acontecerá
somente no início de dezembro, quando serão pagos os vencimentos de
novembro. O próprio Estado se encarregará de enviar os dados dos servidores
para que as contas correntes sejam abertas, o que acontecerá na agência mais
próxima ao domicílio de recebimento atual de cada um. (grifo nosso)
Saiba mais:
1) O que muda, na prática, para o servidor público do Estado?
O recebimento do salário, que antes acontecia em conta corrente do Banco
Itaú, agora passará a ser no Banco do Brasil.
2) Para quem vale essa medida?
A mudança será feita em toda a folha de pagamento do Estado, num total de
541,4 mil servidores públicos, incluindo os funcionários do Executivo,
Legislativo, Tribunal de Contas, Ministério Público, e a maioria das
empresas vinculadas ao Estado.
3) A partir de quando começo a receber o salário pelo Banco do Brasil?
A partir de dezembro, quando serão pagos os vencimentos do mês de novembro.
4) O servidor precisa procurar uma agência do Banco do Brasil para abrir a
conta corrente?
Não. Todos os servidores serão informados sobre os procedimentos da abertura
de conta, que será feita automaticamente pelo Banco do Brasil, com base nos
dados fornecidos pelo Governo do Estado.
5) No caso de servidores inativos ou pensionistas, qual será o procedimento
adotado?
O Governo do Estado e o Banco do Brasil estão acertando os procedimentos a
serem adotados em todos os casos, tanto dos servidores ativos, quantos os
inativos ou pensionistas. A orientação será dada nas próximas semanas.
6) Quais as vantagens que essa mudança traz para os servidores públicos?
As contas abertas no Banco do Brasil, para pagamento do funcionalismo do
Estado, estarão isentas de tarifas nos seguintes serviços:
- manutenção de conta corrente
- 1ª via do cartão magnético
- talonário de cheques (na forma da Resolução Bacen n°3.424/06)
- dois extratos impressos por mês
- consultas de saldo em conta corrente
- realização de até cinco saques por evento de crédito (a cada recebimento
de proventos)
- a partir de janeiro de 2008, um TED (Transferência Eletrônica de Dados) ou
um DOC (Documento de Operação de Crédito)
7) O que o Estado ganha com essa troca?
Os serviços relacionados ao pagamento da folha salarial dos servidores
públicos estaduais representam uma oportunidade de ganho financeiro para o
Estado, que passa a contar com mais recursos no seu orçamento, para
investimento nos diversos projetos sociais e de infra-estrutura em curso.
8) O que vai acontecer com minha conta no Banco Itaú?
Ficará a critério do servidor manter ou não essa conta, cujo entendimento
deverá ser feito diretamente com o Itaú. Mas o pagamento da folha salarial
do Estado, a partir de dezembro, somente será feito por meio do Banco do
Brasil. O servidor que quiser continuar operando a sua conta no Itaú, deverá
fazer uma transferência bancária via DOC ou usar o cheque de transferência
bancária, que é isento de CPMF.
9) O que vai acontecer nas localidades onde não há agência do Banco do
Brasil?
Nas localidades onde não há agência ou posto de atendimento do Banco do
Brasil, será mantido o domicílio de recebimento atual. O termo de distrato
contratual com o Banco Itaú, atual pagador, prevê que serão mantidas por
quatro meses as condições operacionais necessárias ao pagamento da folha.
Além disso, o Itaú terá de manter por pelo menos 90 dias as agências e
demais postos e correspondentes bancários usados para pagamento onde só há
presença dessa instituição, os chamados municípios pioneiros. |