Geórgea Choucair
A taxa mensal de manutenção dos condomínios fechados é mais baixa do que a
dos edifícios, conforme levantamento do Conselho Regional de Corretores de
Imóveis de Minas Gerais (Creci-MG). As taxas de manutenção cobradas em 16
condomínios da Região Metropolitana de Belo Horizonte chegam a variar de
R$150 (Bosque do Jambreiro, em Nova Lima) a R$1,25 mil (Vale dos Cristais,
também em Nova Lima). Os valores das casas nos condomínios fechados variam
de R$250 mil a R$5 milhões, para lotes de mil metros quadrados.
Os imóveis, segundo o Creci, são destinados às classes média alta e alta.
"Apesar do alto valor das casas, as taxas de manutenção custam em média
R$350 nos condomínios pesquisados, valor muito inferior ao que se paga em
edifício de alto padrão, onde a taxa custa pelo menos R$1 mil", diz Paulo
Tavares, vice-presidente do Creci. Segundo ele, nos edifícios de alto luxo o
condomínio chega a custar de R$3 mil a R$4 mil nos bairros mais caros da
capital. A taxa de manutenção de um apartamento de quatro quartos, uma
unidade por andar, segurança 24 horas e área de lazer, na zona sul de Belo
Horizonte custa entre R$1 mil e R$1,5 mil ao mês, segundo Tavares.
Foram analisadas taxas de condomínio em Belo Horizonte, Nova Lima e Lagoa
Santa. A pesquisa do Creci mostrou que os valores em Nova Lima são maiores
que os de Lagoa Santa. "A média das taxas na região Sul é de R$405, sendo
que na Norte o valor cai para R$214", explica.
O Vale dos Cristais, em Nova Lima, tem a taxa de condomínio mais elevada:
R$1,25 mil. O valor mais alto é em função dos serviços incluídos: transporte
escolar, transporte circular interno e piscinas. No Morro do Chapéu, a taxa
de condomínio é de R$645, mas se o morador quiser a cota do clube incluída
paga R$800. A busca por segurança tem elevado o custo nos condomínios
fechados. "E tem aumentado o valor dos imóveis nesses locais", diz Tavares.
O aposentado Elpídio Arruda mora há 10 anos no condomínio Vila Del Rey, em
Nova Lima. Ele construiu a casa de quatro quartos no condomínio quando se
mudou de Ipatinga para a capital. "Sempre morei em casa no interior. Quando
chequei aqui, tinha acabado de me aposentar. Queria um lugar que pudesse
trabalhar com outras atividades, como madeira e ferro. No apartamento não
daria certo", diz Arruda.
Ele paga R$360 de condomínio, incluindo taxa de reserva. "Fica mais barato
que a taxa cobrada nos edifícios. Mas é preciso levar em conta que gastos
com caseiro e água não estão embutidos na taxa", afirma. Arruda gasta, em
média, mais R$90 ao mês com água. O aposentado notou uma mudança no perfil
dos moradores de condomínio nos últimos anos. "Antes eram pessoas que
buscavam a tranqüilidade e bucolismo, longe da cidade. O morador hoje é mais
urbano, procura a segurança", diz.
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