Levar ao cidadão e às entidades públicas e privadas informações de forma
célere e segura. É com esse objetivo de criar um espaço democrático para a
interação entre os usuários que o Colégio Registral de Minas Gerais acaba de
lançar seu portal (www.colegioregistralmg.org.br).
De acordo com 1ª vice-presidente fundadora do Colégio Registral de Minas
Gerais, Márcia Fidelis Lima, o Portal do Registro Civil, lançado ontem,
pretende uniformizar procedimentos, facilitar a comunicação entre as
instituições e permitir ao cidadão o acesso à documentação, sem necessidade
de atravessadores e despachantes, tudo isso na velocidade do mundo
eletrônico. “Somos peças essenciais na engrenagem estatal, porque falamos
aos órgãos públicos quem é o povo brasileiro. Tudo isso seria muito mais
fácil, célere e seguro se tivéssemos mecanismos de intercâmbio da
informação”, explica.
De acordo com a vice presidente, o objetivo do Colégio Registral e do Portal
do Registro Civil é ser um canal que permita o intercâmbio de informações e
serviços entre todos os interessados nessa demanda: os profissionais do
direito, registradores, cidadãos e as instituições. “Seremos uma ponte que
irá trazer o registrador para a era do registro eletrônico. A nossa classe
tem profissionais de muita vivência e muita experiência. E, com os colegas
concursados que estão chegando, nós acreditamos ser fundamental a criação de
um ambiente que permita a interação entre essa oxigenação e as experiências
e práticas validadas ao longo do tempo.”, afirma.
Registro Civil e as novas famílias
Registro Civil e Direito de Família lidam com dilemas parecidos. O Registro
Civil das Pessoas Naturais está presente na vida de todos os cidadãos, desde
o nascimento até a morte. É fundamental ao exercício da cidadania e
essencial na definição do estado civil da pessoa física. “São os documentos
expedidos pelo registrador civil que possibilitam, de forma segura e
autêntica, a aferição do atual estado civil do cidadão. O Registro Civil é o
ramo do Direito que exterioriza o Direito das
Famílias”, afirma Márcia.
Enquanto os profissionais do Direito, que exercem atividades voltadas para o
Direito das Famílias, necessitam de ferramentas que permitam a rápida,
segura e eficaz busca por atos registrais, de forma a definir o atual estado
civil das pessoas envolvidas nas relações jurídicas, o Registro civil também
precisa ser repensado de forma a atender as demandas das novas famílias.
“Como garantir a necessária segurança jurídica à nova família? Estas novas
famílias não podem ficar a mercê de interpretações ocasionais e por vezes
localizadas. Muito menos de mudanças legislativas prévias como
condicionantes da proteção e do reconhecimento do estado. O IBDFAM teve a
coragem do pioneirismo de repensar a família brasileira. O Colégio Registral
deseja fazer exatamente o mesmo no ambiente registral. Acredito que juntos
podemos trabalhar para dar a necessária segurança jurídica a estas novas
famílias.”, concluí.
União pela informação
Márcia Fidelis explica ainda que o Colégio Registral nasceu do ideal de
grupos de estudos formados por registradores civis de Belo Horizonte e do
interior de Minas Gerais, que sempre se reuniam para exercer um trabalho
coletivo de interpretação da legislação e das novidades normativas
referentes atividade, objetivando uma padronização de procedimentos. Hoje, o
Colégio Registral de Minas Gerais atua como um conselho da classe dos
registradores civis das pessoas naturais, garantindo a sua credibilidade
pelo debate aberto e pela transparência.
Além disso, Márcia explica que o objetivo era ver o resultado desses estudos
difundido para os colegas, principalmente para aqueles responsáveis por
serventias muito distantes, com pouca ou nenhuma estrutura de
telecomunicações, o que dificulta o acesso à informação. “Aliada a tudo
isso, percebíamos a necessidade de um estreitamento entre a atividade
registrária civil e os demais operadores do direito, já que o distanciamento
e, muitas vezes, o desconhecimento da sistemática do registro por advogados,
magistrados e promotores vão de encontro ao interesse da prestação desse
serviço público tão essencial às relações jurídicas”, relata.
Para Márcia, o Colégio juntamente com o portal vem atender ao que ela
considera o maior desafio para os registradores civis na atualidade:
“acompanhar as crescentes mudanças e a evolução da sociedade com segurança
jurídica”. Além disso, Márcia acredita que os registradores precisam estar
atentos às demandas da sociedade contemporânea.
“Estar preparado para as situações fáticas, cada vez mais presentes em
função do atual formato de família ligado à afetividade e à liberdade. Numa
relação de afeto não é sempre possível assegurar um formato pré
estabelecido, já que o amor não escolhe o caminho. Antes, o mundo registral
definia uma relação familiar apenas em função da existência ou não de um
casamento, que é uma situação concreta e absoluta porque tem marcos iniciais
e finais muito claros, documentados e bem definidos na legislação”, reflete.
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