Brasília – O novo Código Florestal voltará à pauta da Congresso Nacional no
dia 6 de março, data acertada entre governo e parlamentares para votação do
texto na Câmara dos Deputados. A proposta, que já havia sido aprovada pela
Câmara, sofreu mudanças no Senado e deve ser levada diretamente ao plenário,
sem passar por comissões da Casa. Depois da Câmara, a nova legislação
ambiental deverá finalmente seguir para sanção presidencial.
A data e o acordo para votação foram discutidos hoje (7) em reunião entre a
ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e os ministros da
Agricultura, Mendes Ribeiro, e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira. Os
relatores do texto no Senado, senadores Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC)
e Jorge Viana (PT-AC), o novo relator da proposta na Câmara, Paulo Piau
(PMDB-MG), e o líder do PMDB na Câmara, Henrique Eduardo Alves, também
participaram da reunião.
“Já foi acertada no colégio de líderes a votação para os dias 6 ou 7 de
março. A reunião de hoje era para afinar essa posição”, disse Piau.
O relator informou que pediu contribuições ao texto de universidades e
organizações da sociedade civil e que as avaliações serão apresentadas aos
ministros em nova reunião na próxima semana. “Conversei com dez consultores
e especialistas, e todos foram unânimes em dizer que o texto do Senado
melhorou muito”, contou.
Apesar do aparente acordo, algumas questões provocaram polêmica na
tramitação no Senado e deverão ser rediscutidas na Câmara. Entre as mudanças
feitas ao texto pelos senadores está a determinação de que as áreas
desmatadas irregularmente até 2008 sejam consideradas consolidadas e que os
produtores que desmataram depois desse período sejam obrigados a recompor
suas reservas legais. A bancada ruralista na Câmara não ficou satisfeita com
a obrigatoriedade de recomposição e, em dezembro, já dava sinais de que não
aceitaria a mudança no texto.
A expectativa é que os deputados concordem em elaborar um “emendão”,
juntando todas as propostas complementares à versão do Senado em uma só
emenda ao texto.
Contrárias às possíveis flexibilizações na legislação florestal,
organizações ambientalistas já estão em campanha para pedir o veto da
presidenta Dilma Rousseff a pontos do novo código que permitam novos
desmatamentos ou reduzam a proteção das matas nativas.
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