O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) está definindo uma série de medidas
para modernizar os cartórios de registros de imóveis da Amazônia Legal.
Nesta quinta-feira (13/05), o grupo de trabalho criado pela Portaria 19 do
CNJ, de fevereiro deste ano, se reuniu na sede do Conselho, em Brasília,
para discutir o projeto. Coordenado pelo secretário geral adjunto do CNJ,
Marcelo Berthe, o grupo vai propor o desenvolvimento de ações com vistas a
reorganizar essas unidades, contribuindo, assim, para a regularização dos
registros de imóveis e a garantia da paz social na região. À medida em que
garantimos a segurança jurídica da propriedade, conseguimos solucionar os
conflitos e pacificar as relações", destacou Berthe.
A ideia é, inicialmente, definir um cronograma de atividades para a
modernização dos 91 cartórios de registro do Pará, e, posteriormente, levar
a experiência para os demais estados da Amazônia Legal (que além da Região
Norte, inclui Maranhão e Mato Grosso). Também participaram da reunião desta
quinta-feira (13/5), o juiz auxiliar da presidência do CNJ Antonio Carlos
Alves Braga Junior e representantes do Tribunal de Justiça do Pará (TJPA),
do programa Terra Legal do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), do
Instituto de Terras do Pará (Iterpa) e da Associação dos Registradores
Imobiliários de São Paulo.
Entre as ações propostas estão a organização do acervo dessas serventias e a
digitalização de documentos e procedimentos cartorários. O objetivo é criar
cartórios digitais e permitir a troca de informações por meio eletrônico
entre as unidades imobiliárias e diferentes órgãos, como o MDA e o Incra
(Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária). O grupo também está
definindo o cronograma do curso à distância que vai capacitar registradores
dos cartórios de registro de imóveis paraenses. A iniciativa é resultado de
uma parceria firmada entre o CNJ e a Universidade do Registro de Imóveis (Uniregistral),
em abril último.
A capacitação vai aperfeiçoar a prestação de serviços e o atendimento aos
cidadãos paraenses, além de contribuir para banir a insegurança jurídica dos
registros imobiliários, o que muitas vezes acaba motivando conflitos por
terras no estado. "Também vamos levar ao Pará tecnologias já utilizadas em
outros estados, como a penhora eletrônica de imóveis", explica o
representante da Uniregistral, Flauzilino dos Santos. O grupo de trabalho é
resultado de um acordo firmado entre o CNJ, o Ministério do Desenvolvimento
Agrário, o Incra, a Advocacia Geral da União, o Iterpa, o governo do Pará e
o Tribunal de Justiça paraense para reorganizar e modernizar as unidades de
registro de imóveis do Estado. |