Em solenidade que contou com a presença de representantes de diversos
tribunais e autoridades dos três Poderes, o presidente do Conselho Nacional
de Justiça (CNJ) e do Supremo Tribunal (STF), ministro Cezar Peluso lançou,
nesta sexta-feira (13/4), a etapa inicial da Central Nacional de Informações
Processuais e Extraprocessuais (CNIPE), um sistema que reunirá dados de
todos os tribunais, varas e cartórios judiciais e extrajudiciais do país. O
objetivo é permitir que qualquer pessoa tenha acesso, em um único endereço
na internet, a informações sobre andamento processual, dados estatísticos de
funcionamento do Judiciário, assim como pesquisa de registros imobiliários,
indisponibilidade de bens, protestos cambiais, divórcios etc.
"Com a CNIPE a Justiça fica à distância de um click da cidadania", afirmou o
ministro Cezar Peluso, ao destacar que a central representa "um grande passo
do Judiciário em direção ao futuro". O ministro afirmou ainda, que uma das
prioridades da sua gestão no CNJ foi a ampliação do acesso à Justiça. E a
CNIPE representa a concretização desse trabalho. "O sistema consiste num
avanço significativo rumo à eficiência e transparência do Poder Judiciário.
É o fim do pesadelo de pessoas nas filas das varas e nos cartórios em busca
de documentos. Não há sistema semelhante em todo o mundo, o que caracteriza
o pioneirismo do Poder Judiciário Brasileiro", ressaltou.
Com o lançamento, os cidadãos já podem acessar o sistema disponível no
portal do CNJ (www.cnj.jus.br) a partir desta sexta-feira e buscar
informações ou acompanhar o andamento de cerca de 33 milhões processos que
tramitam nos Tribunais de Justiça de São Paulo, Santa Catarina, Rio Grande
do Sul, Paraná, Alagoas, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal. Esses
tribunais concentram aproximadamente 40% das ações em tramitação hoje no
Judiciário brasileiro, o que vai facilitar o acesso das partes, advogados e
magistrados ao seu conteúdo.
Também já estão disponíveis no sistema informações sobre pessoas que tiveram
seus bens bloqueados pela Justiça, assim como de registros de imóveis em
todo o Brasil. "É um sistema revolucionário, que vai facilitar a vida do
cidadão, conferir maior transparência ao Judiciário e ajudar no planejamento
de ações para aprimorar a prestação jurisdicional", afirmou o
secretário-geral do CNJ, Fernando Marcondes. No futuro, o cidadão poderá
saber, por exemplo, se determinada pessoa ou empresa está sendo processada,
com pendências na Justiça, se responde a processo criminal ou está com os
bens indisponíveis em qualquer parte do país.
Será possível, por meio da central, pesquisar movimento processual das
comarcas e avaliar a necessidade de criação de novas varas judiciais,
ampliação de tribunais e até mesmo a contratação de mais servidores.
Atualmente, para obter informações processuais na internet, é preciso
acessar o site de cada um dos tribunais, que permitem níveis e formas
diferentes de consulta e acesso aos dados. Com a CNIPE, ao digitar no campo
de consulta o nome das partes, CPF, CNPJ, nome ou registro na OAB do
advogado ou o número do processo, a ferramenta fará uma busca no banco de
dados dos 91 tribunais brasileiros antes de apresentar o resultado. Até o
final deste ano, a expectativa é de que 50% dos processos do país já estejam
disponíveis para consulta na central, e que até o final de 2014 todos os 91
tribunais brasileiros estejam integrados.
Cartórios - No prazo de dois anos, a CNIPE também vai permitir a
emissão de certidões fornecidas pelos cartórios extrajudiciais de todo o
país e de documentos autenticados com validade nacional. Na central será
possível, por exemplo, emitir certidões negativas (de débito, criminal, de
impostos, etc), certidão de quitação eleitoral, de registro de imóveis,
assim como verificar a validade de documentos emitidos pela Justiça.
Ao integrar os bancos de dados de todos os tribunais, o sistema vai
possibilitar ainda a geração de dados estatísticos sobre as atividades
judiciais, como número de varas e produtividade das unidades, auxiliando no
planejamento da máquina do Judiciário. Os sistemas do CNJ - como Justiça em
Números, Justiça Aberta, Banco Nacional de Mandados de Prisão, etc - também
estarão reunidos na CNIPE.
Benefícios - Além de facilitar a vida dos cidadãos, a central vai
proporcionar economia de tempo, pessoal e energia aos Tribunais na coleta
dessas informações. Com a ferramenta, será possível criar relatórios que
propiciem análises sobre as atividades judiciais e extrajudiciais para
subsidiar correições e auxiliar na definição de ações estratégicas. O
abastecimento de sistemas e preenchimento de relatórios como o Justiça em
Números, hoje feito por juízes e servidores, também será automatizado.
Nesta fase de implantação, a CNIPE poderá receber até 100 mil consultas
simultâneas. Acesse aqui a Cnipe.
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