DANIEL BARBOSA
As discussões acerca do reconhecimento legal da União Homoafetiva - pleito
que há anos orienta as ações da comunidade GLBT no Brasil - estão tomando
corpo no âmbito da Justiça. Exemplo disso é a inclusão de uma palestra sobre
o tema, que será proferida pela doutora em direito civil e professora Ana
Carolina Brochado, no 16º Encontro Estadual de Notários e Registradores de
Minas Gerais, promovido pela Associação dos Serventuários de Justiça do
Estado (Serjus).
O evento acontece entre os próximos dias 23 e 25, no Dayrrel Minas Hotel, em
Belo Horizonte, e abarca um amplo espectro de temas, desde o processamento
eletrônico de títulos de crédito até a função econômica, jurídica e social
do registro de imóveis.
Para a tarde do segundo dia do encontro, sexta-feira, está previsto um
painel sobre casamento e união estável. Entre palestras que tratam de regime
de bens e direito de família, está prevista a que vai abordar a união
homoafetiva.
Wânia do Carmo Triginelli, coordenadora acadêmica de eventos e cursos da
Serjus, diz que a inclusão do tema no encontro presta-se à preparação dos
notários e registradores que trabalham nos cartórios do Estado para uma
realidade iminente. "A discussão acerca das uniões homoafetivas está em fase
de crescimento, mas ainda falta a legislação que regulamente isso. A
realidade é que os cartórios de registro civil já recebem muitos pedidos de
casais gays, mas ainda não podem fazer nada. Esse é um caminho que está
sendo aberto, por isso tem que ser discutido", diz.
Sobre o convite feito a Ana Carolina Brochado, ela destaca que é pela
intimidade que a palestrante tem com o tema. "Ela é doutora em direito civil
pela UERJ e é uma pessoa muito aberta, muito sensível a esse tema.
Acreditamos que essa palestra vai ser útil no sentido de preparar os
serventuários para essa situação que está por vir", aponta.
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