Em meio à crise global que já afeta o crédito no Brasil, inclusive para a
casa própria, o setor jurídico começa a unir forças com o imobiliário –
eleito como prioritário pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para
manter o crescimento econômico. As dificuldades legais na hora de comprar e
alugar imóveis levam empresas do segmento a valorizar cada vez mais a parte
jurídica nas negociações. Em Belo Horizonte, começa a operar em novembro a
Excelência Negócios Imobiliários, que nasceu de parceria com a Carvalho
Pereira e Pires Advogados Associados.
“Vamos fundir a segurança jurídica com o ramo imobiliário. Antes de colocar
o imóvel à venda, será feito um rastreamento do bem, com consulta nos fóruns
se a unidade tem alguma pendência judicial”, afirma José Arthur de Carvalho
Pereira Filho, um dos sócios da empresa. Muitas vezes, diz, o vendedor do
imóvel pode ter uma ação judicial em andamento e a venda que já foi fechada
acaba sendo cancelada.
A Excelência nasceu da parceria de advogados com consultores imobiliários.
“Vamos trabalhar não como vendedores, mas consultores de imóveis”, afirma
Hugo Gabrich, diretor da Excelência. Grande parte dos imóveis que são
colocados hoje à venda no mercado, diz, não passam por rastreamento para
saber como está a situação judicial ou se tem impedimentos como penhora,
dívidas, processos. “E isso faz o comprador perder tempo. Depois de ter
escolhido o imóvel, pode não conseguir comprá-lo”, observa Gabrich.
A Excelência pretende operar com cerca de 20 corretores de imóveis. O perfil
desse profissional, segundo os executivos, mudou. “O cliente exige mais
qualificação, não há mais espaço para o mostrador de imóveis”, diz Gabrich.
A profissão, que no passado era usada como “um bico”, hoje exige
qualificação e tem levado engenheiros, arquitetos e diversos profissionais
com curso superior a abandonar a carreira para vender imóveis. O rendimento
médio mensal, segundo Gabrich, chega a R$ 10 mil.
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