Levantamento do Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE) demonstra que 11,5% das crianças nascidas no
Brasil não são registradas, e em Minas essa taxa cresce para 13,2%.
Iniciativas para reduzir o sub-registro foram apresentadas ontem durante o
9º Congresso Brasileiro de Direito Notarial e de Registro, no Ouro Minas
Hotel, em Belo Horizonte. Para levar cidadania a muitos mineiros, o
Sindicato dos Oficiais de Registro Civil de Minas Gerais (Recivil) programa
ações para 2008, com caravanas no interior do estado para aumentar o número
de certidões de nascimento e reconhecimento de paternidade.
Neste ano, o Recivil promoveu a 15º etapa da Caravana da Assistência Social,
levando oportunidade para obtenção de documentos para comunidades que
estavam à margem desses benefícios. Para o presidente do sindicato, Paulo
Alberto Risso de Souza, o número de sub-registros em Minas está defasado.
Várias ações já atenderam necessidades de comunidades indígenas, ciganas e
quilombolas. “Viajamos muito para facilitar o acesso das pessoas aos seus
documentos e acreditamos que apenas 6% da população não conta com a certidão
de nascimento. Muitos não têm a segunda via, mas foram registrados quando
crianças e não sabem”, afirma Risso.
Somente em São João das Missões, a 663 quilômetros da capital, no Norte de
Minas, a comunidade local recebeu, de forma gratuita, 260 carteiras de
identidade, 150 cadastros de pessoa física (CPF), 63 títulos de eleitor e
acesso ao requerimento de registro tardio. Esse documento é exigido quando o
cidadão tem mais de 12 anos e não tem certidão de nascimento e, em São João,
641 pessoas foram atendidas nesse quesito. As ações no Sul de Minas chegaram
a seis municípios e servirampara oferecer 1,8 mil carteiras de identidade e
958 certidões de nascimento em segunda via. Além das dificuldades da
população em obter seus documentos, existem cartórios no estado que vivem em
situação financeira precária e precisam de subsídios para não fechar as
portas. Minas tem 1.461 cartórios de registros civil, 400 deles
deficitários.
MODERNIZAÇÃO O 9º Congresso Brasileiro de Direito Notarial e de
Registro termina hoje e vai apresentar algumas inovações como “Os sistemas
de informatização e modernização para integração dos serviços notariais e de
registro”. São exemplos do funcionamento de cartórios que já ingressaram na
era digital e fornecem certidões com ajuda da internet. O cidadão já não
precisa mais ir à sua cidade de origem para obter o registro de nascimento,
se o estabelecimento já está interligado em uma rede que presta o serviço
on-line. Ele pode fazer o pedido pelo computador e receber o documento em
casa, pelos Correios. “O serviço é oferecido por cartórios que já contam com
certificação digital. Uma comodidade que evita burocracia”, afirma o
presidente da Associação dos Notários e Registradores do Brasil, Rogério
Portugal. (LM)
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