João Pessoa (PB) – Ao falar na abertura do XVI Congresso Nacional dos
Registradores de Pessoas Naturais, na noite desta segunda-feira (15/9), em
João Pessoa, o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro Cesar
Asfor Rocha, defendeu a manutenção da privatização das serventias
extrajudiciais, ao destacar que as serventias oficializadas não demonstram a
mesma eficiência. “É preciso enfrentar logo este problema e se definir de
vez pela privatização das serventias extrajudiciais”, afirmou. Cesar Asfor
Rocha criou um diagnóstico completo dos cartórios na Corregedoria Nacional
de Justiça, cargo que ocupou de junho de 2007 a setembro deste ano.
O Sistema Justiça Aberta conta hoje com cadastro completo no Conselho
Nacional de Justiça todas as serventias extrajudiciais – 13.540 cadastradas,
das quais 12.678 prestaram todas as informações sobre as atividades. Os
dados estão disponíveis à sociedade e podem ser acessados no site eletrônico
do CNJ.
Cerca de duas mil serventias extrajudiciais atuam no registro civil e só
sobrevivem financeiramente graças a um fundo proveniente das outras
atividades cartorárias. Essas serventias representam menos de 5% do
faturamento total das serventias extrajudiciais, observou. “Isso por uma
atividade de grande importância, porque a personalidade civil começa com a
vida, mas é preciso fazer prova desse registro”, disse o ministro.
Calcula-se que existam cerca de 350 mil a 400 mil sub-registros civis por
ano no país (situação dos que não têm acesso ao registro de nascimento em
cartório). “Sem registro, há a sonegação do primeiro direito da cidadania”,
afirmou o ministro, ao defender a manutenção do convênio assinado em
dezembro passado entre órgãos do Executivo e a Corregedoria Nacional de
Justiça para a erradicação do sub-registro civil.
Ao concluir, o presidente do STJ destacou a modernização das serventias
extrajudiciais no Brasil e disse que o tema do Congresso, o registro civil,
é o principal instrumento de cidadania.
Em seu pronunciamento, o presidente da Associação Nacional dos Registradores
de Pessoas Naturais (Arpen), Oscar Paes de Almeida Filho, ressaltou que a
atividade hoje não é mais desconhecida e afirmou que os registradores civis
trabalham hoje sem estar presos a um fator econômico, mas por vocação.
“Estamos buscando a sustentabilidade para esses colegas que nada recebem”,
continuou, referindo-se aos titulares dos cartórios de registro de pessoas
naturais.
Estavam presentes à solenidade de abertura do XVI Congresso Nacional dos
Registradores de Pessoas Naturais o presidente da Arpen-Brasil, Oscar Paes
de Almeida Filho; o governador da Paraíba, Cássio Cunha Lima; o presidente
da Assembléia Legislativa do Estado, Arthur Cunha Lima; o presidente da
Associação dos Notários e Registradores do Brasil (Anoreg), Rogério Bacelar;
o corregedor-geral da Justiça do Trabalho, ministro João Oreste Dalazen; o
presidente da Arpen/PB, Válber Azevedo; o presidente da Anoreg/PB, Germano
Carvalho Toscano, e o representante do Tribunal de Justiça da Paraíba,
desembargador Genésio Pereira, entre outras autoridades.
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