O Governo quer padronizar os registros civis de nascimento e ampliar seu
acesso, acabando com os sub-registros. Esses são os objetivos do Comitê
Gestor Nacional do Plano Social Registro Civil de Nascimento e Documentação
Básica, criado para estudar o assunto.
A idéia é criar um documento único, com um código que vai permitir a
imediata identificação do cartório que o expediu. Isso vai facilitar a
retirada de uma segunda via em caso de perda, permitir uma maior
fiscalização e, ao mesmo tempo, evitar fraudes. "Com o código, será possível
a imediata identificação do registro originário", explicou o juiz auxiliar
da Corregedoria Nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Murilo
Kieling.
Segundo ele, a diversidade de certidões de nascimento existentes no Brasil,
que varia de acordo com cada cartório, impede uma maior fiscalização. A
idéia é padronizar a certidão de nascimento, como hoje é a Carteira Nacional
de Habilitação (CNH), acrescentando nela outros dados como o Cadastro de
Pessoas Física (CPF).
O Comitê Gestor formado por representantes de 11 ministérios, três
secretárias nacionais da Presidência da República, pelos Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Instituto Nacional de
Colonização e Reforma Agrária (Incra) e Instituto Nacional de Seguro Social
(INSS), a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, além da Corregedoria
Nacional do CNJ, vem trabalhando na padronização do registro civil desde
dezembro do ano passado, quando foi criado pelo Decreto 6.289.
Além de aperfeiçoar o sistema brasileiro de registro civil de nascimento
ampliando seu acesso, o comitê tem a tarefa de ampliar a rede de serviços de
outros documentos básicos como a Carteira de Identidade ou Registro Geral
(RG) e a Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS).
Segundo Murilo Kieling este trabalho está sendo facilitado com o Sistema
Justiça Aberta, desenvolvido pelo CNJ, que possibilita um levantamento
preciso de todos os dados estatísticos do Judiciário. Pelo Sistema já foram
cadastrados 9.069 cartórios no Brasil, cujos principais atos são o registro
civil de nascimento e o de óbitos. "Agora, ligadas pela Internet, as
serventias poderão integrar-se nesse processo de padronização do registro",
explicou o juiz Murilo Kieling.
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