A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado vai decidir
se as pessoas com mais de 60 anos de idade devem continuar proibidas de
casar com comunhão de bens, como prevê o artigo 1.641 do Código Civil (Lei
10.406/02). Projeto do ex-senador José Maranhão (PB), que revoga a
exigência, vem sendo examinado pelos senadores e já recebeu parecer
favorável do seu relator, senador Marco Maciel (DEM-PE).
José Maranhão apresentou o projeto (PLS
209/06) quatro anos depois da vigência do novo Código Civil. Ele
argumenta que não se justifica a exigência de separação de bens para
casamento de pessoas com mais de 60 anos e que a determinação fere inclusive
os artigos da Constituição que tratam do princípio da liberdade de se
constituir família.
Maranhão cita "argumentos contundentes" da doutrinadora Silmara Juny
Chinelato, para quem não há razão científica para o legislador de 2002 ter
considerado como "pessoa de pouco tino e, por isso, com necessidade de
proteção da lei, a que tiver mais de 60 anos".
Em seu parecer favorável ao projeto, o senador Marco Maciel reconhece que,
no início do século passado, a média de idade do brasileiro "pouco
ultrapassava a 50 anos e muitas pessoas acima dessa idade eram consideradas
senis".
"Hoje, homens e mulheres maiores de 60 anos orientam a economia e decidem os
destinos da sociedade. Não é aceitável que tenham tanta responsabilidade e
sejam impedidos de escolher o próprio regime de bens no casamento", sustenta
Marco Maciel. |