Evento promovido pela Serjus-Anoreg/MG contou com a participação da
Arpen-Brasil e do Recivil e no debate sobre “O Registro Eletrônico e os
Desafios dos Novos Tempos”.
A Associação dos Registradores de Pessoas Naturais (Arpen-Brasil) e o
Sindicato dos Oficiais de Registro Civil (Recivil) participaram do 19º
Encontro Estadual de Notários e Registradores de Minas Gerais promovido pela
Serjus-Anoreg/MG, que aconteceu nos dias 26, 27 e 28 de agosto, em Belo
Horizonte.
O espaço destinado aos tabeliães de notas e registradores civis contou,
primeiramente, com a palestra da diretora de Relações Públicas da Serjus/Anoreg-MG
e tabeliã de Protesto de Títulos e Documentos de Campestre, Hermínia Maria
Firmeza Bráulio, sobre “Administração e Gestão de Serventias
Extrajudiciais”.
Hermínia debateu as leis e artigos que regem o trabalho dos notários e
registradores e alguns princípios da administração que devem ser usados
pelas serventias, como a divisão do trabalho, autoridade, disciplina,
iniciativa, entre outras questões.
Em seguida, o procurador da presidência da Arpen-Brasil para Assuntos
Institucionais, José Emygdio de Carvalho Filho, debate sobre “O Registro
Eletrônico e os Desafios dos Novos Tempos”, no dia 28, pela manhã. Emygdio
iniciou sua apresentação mostrando o trabalho que vem sendo feito pela
entidade junto ao Governo Federal na tentativa de redução do sub-registro de
nascimento. “Quando começamos a trabalhar com o Governo Federal tínhamos um
índice de sub-registro de 27%. No final deste ano o IBGE deve divulgar o
índice de 5% de sub-registro no país”, informou Emygdio comemorando o
resultado conquistado.
Segundo ele, é preciso que as serventias se informatizem, mudando os
difíceis paradigmas existentes. “Precisamos de informatização, mas não é
somente termos um computador, é trabalharmos também com a certificação
digital e para isso precisamos de mudanças na legislação”, ressaltou. O
assessor da Arpen-Brasil lembrou ainda a participação da entidade junto com
a Anoreg-Brasil na discussão do projeto Sirc (Sistema Nacional de
Informações do Registro Civil), que visa introduzir mecanismos de
modernização na troca de informações entre as serventias de registro civil e
o poder público, por meio da tecnologia da informação, como forma de
garantir avanços na meta de universalização do acesso ao registro civil.
Outro projeto comentado pelo palestrante foi em relação ao SERC (Sistema
Estadual de Registro Civil), que regulamenta os registros nas maternidades.
Emygdio explicou que a entidade está discutindo mudanças no projeto.
Entre as principais mudanças trazidas pela nova normatização está a
instituição do sistema de rodízio entre os cartórios nas maternidades, a
introdução de sistema eletrônico para transmissão segura de dados entre
maternidades e cartórios e a coleta de dados nos hospitais realizada por
prepostos contratados por meio de consórcio pelos cartórios participantes do
rodízio.
O assessor da Arpen-Brasil lembrou ainda o prazo de cinco anos que os
cartórios têm para disponibilizar os atos de registro civil eletronicamente.
“Temos o prazo de cinco anos, que termina em 2013, para emitir os atos
eletrônicos, inclusive a certidão eletrônica por meio da certificação
digital”.
Ao final da apresentação, José Emygdio de Carvalho Filho e o diretor
Jurídico do Recivil, Claudinei Turatti, responderam as perguntas dos
participantes referentes ao registro civil.
Cerimônia de abertura recebe notários e registradores de todo o estado
A cerimônia de abertura teve a presença do presidente da Serjus-Anoreg/MG,
Roberto Dias de Andrade; do presidente do Instituto de Registro Imobiliário
do Brasil (Irib), Francisco José Rezende dos Santos; da presidente do
Instituto de Registradores de Títulos e Documentos e Pessoas Jurídicas de
Minas Gerais – IRTDPJMinas, Vanuza de Cássia Arruda; da presidente do
Sinoreg-MG, Darlene Triginelli; do presidente da Associação dos Tabeliães de
Protesto do Estado de Minas Gerais (Assotap-MG), Evésio Donizete de
Oliveira; do vice presidente do IRTDPJMinas, José Nadi Néri; do Diretor de
Certificação Digital da Anoreg-BR, Maurício Leonardo e do presidente do
Instituto dos Registradores de Títulos e Documentos do Brasil, José Maria
Siviero.
Em seu discurso de abertura, Roberto Dias de Andrade falou sobre a luta
conjunta das entidades mineiras em prol do direito a uma aposentadoria digna
para toda a classe. Ele também comentou sobre a parceria com o Recivil e a
Corregedoria-Geral de Justiça de Minas Gerais para a realização do Compêndio
das Principais Leis e Atos Administrativos referentes aos Serviços Notariais
e de Registro do Estado de Minas Gerais, que foi distribuído, gratuitamente,
a todos os notários e registradores do Estado.
Outro assunto comentado pelo presidente foi a autorização recebida pela
Serjus/Anoreg-MG para emitir a certificados digitais para os oficiais de
cartório mineiros. “Recebemos a notícia de que a Serjus foi tida como uma AR
(Autoridade certificadora) e agora poderá emitir certificados digitais. E
essa notícia não poderia vir em hora melhor, pois coincide com o tema do
nosso Encontro ‘Os Serviços Notariais e Registrais na era Digital´. Vamos
intensificar nossos esforços junto à Corregedoria para, à exemplo do que
acontece em São Paulo, garantir a possibilidade de que os cartórios mineiros
também possam atuar como entidades certificadoras. Com a capilaridade que
nossos cartórios têm no Estado, vamos revolucionar a distribuição da
certificação digital em Minas Gerais”, afirmou.
Andrade ainda destacou os caminhos e os desafios da categoria, e relatou que
os cenários econômico e político exigem dos notários e dos registradores
mineiros e brasileiros extrema união e dedicação cada vez maior na luta em
defesa dos direitos e dos interesses da classe.
Certificação Digital é tema da palestra de abertura do 19º Encontro
O doutor em Ciência do Direito pela Universidade de Berkeley, Califórnia,
mestre em Direito pela Universidade de Los Angeles e em Direito pela
Comercial pela Universidade Federal de Minas Gerais, professor Carlos
Alberto Rohrmann, participou da palestra de abertura sobre a informatização
dos cartórios e o uso da certificação digital.
Segundo o professor, o meio digital garante que dados públicos se tornem
mais públicos ainda. “Os imóveis em nome de uma pessoa são dados públicos,
assim como o CPF de determinada pessoa, que está disponível hoje em diversos
locais. Com o meio eletrônico esses dados vão se tornam mais públicos ainda,
com mais facilidade de acesso”, explicou Rohrmann, mostrando a
responsabilidade dos cartórios sobre isso.
Para ele, no mundo digital há uma grande capacidade de alterar informações.
“Há uma corrente no direito digital que mostra que a assinatura digital
depende somente de uma senha, que pode ser passada para outra pessoa de
posse do token ou do smart card. Já a assinatura manual só poderá ser usada
por você”, disse o professor enfocando as preocupações e desafios do direito
digital.
Já o diretor de Certificação Digital da Anoreg-BR, Maurício Leonardo,
ressaltou a importância do mundo virtual e suas vantagens para os cartórios
extrajudiciais. Ele ainda rebateu as explicações do professor Rohrmann sobre
o uso do certificado digital, mostrando que entregar o certificado a outra
pessoa é uma irresponsabilidade e que a senha é de uso pessoal.
Para Maurício Leonardo, tudo o que hoje é disponível no meio físico é também
oferecido pelo meio eletrônico. “A assinatura eletrônica permite a
identificação da autoria, a integridade do documento, o sigilo e a certeza
de que a mensagem foi enviada”, disse.
Segundo ele, é preciso demonstrar cada vez mais à sociedade a capacitação
dos notários e registradores para a solução de questões que não,
necessariamente, precisem de acesso ao judiciário. “Temos também que atender
aos anseios desta mesma sociedade por celeridade, segurança e confiança
através do uso dos meios eletrônicos”, concluiu o palestrante.
Fonte: Assessoria de Comunicação Arpen Brasil |