Ao todo, 49 propostas para dar maior agilidade e efetividade à regularização
fundiária no país foram aprovadas neste sábado (11/9), no último dia do II
Encontro do Fórum de Assuntos Fundiários, que acontece desde quinta-feira
(9/9), em Belém (PA). Entre elas está a realização de inspeções judiciais
nos locais com maior ocorrência de conflitos relacionados à posse de terra,
o fomento à criação de procuradorias agrárias e o estímulo à mediação como
forma de solucionar essas disputas e evitar a violência. As propostas vão
nortear as ações do Fórum de Assuntos Fundiários do CNJ, responsável por
desenvolver estudos e implementar ações que garantam a segurança jurídica da
terra e maior agilidade às ações envolvendo conflitos pela propriedade.
As propostas também beneficiarão famílias ou comunidades tradicionais
extrativistas e ribeirinhas, a partir da adoção de procedimento judicial
especial em processos que envolvam essas pessoas. Uma comissão deverá ser
criada no CNJ com o objetivo de formular uma resolução com medidas para
prevenir conflitos fundiários em todo o país. Também ficará à cargo do
Conselho a criação de uma campanha nacional pelo reflorestamento de terras
degradadas.
Na parte agrária, os participantes do encontro propuseram que a aquisição de
terras brasileiras por estrangeiros seja ainda mais limitada e que tenham
prioridade no Judiciário ações de discriminação de terras públicas e
privadas, assim como aquelas que buscam reaver a terra pública indevidamente
em posse de um particular. As Justiças Estadual e Federal deverão levantar
as ações de execução que tenham como autores bancos oficiais e a Fazenda
Pública, bem como aquelas em que propriedades rurais passíveis de
desapropriação apareçam como garantia de dívida. A medida visa dar maior
celeridade à transferência para credores ou a arrematação pelo Instituto
Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
Trabalho escravo – Para combater e prevenir o trabalho escravo no
Brasil, foram aprovadas cinco propostas, entre elas a de atribuir à Justiça
do Trabalho competência penal para o julgamento de ações envolvendo esse
tipo de prática. Além disso, ofício será encaminhado ao Congresso Nacional,
solicitando a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 438/01,
que trata da criação de um fundo específico para subsidiar a Justiça do
Trabalho no combate a esse crime. |