Por 58 votos a favor e seis contrários, o Plenário aprovou, nesta
quarta-feira (30), requerimento de urgência para votação do novo Código
Florestal (PLC 30/2011). Com isso, o texto poderia ser votado em Plenário já
na sexta-feira (2). Mas acordo de líderes determinou sua votação na próxima
terça-feira (5).
O requerimento foi lido na hora do expediente desta quarta-feira. A leitura
havia sido feita no dia anterior, mas o PSOL exigiu o cumprimento do
Regimento Interno do Senado, uma vez que essa leitura fora feita durante a
ordem do dia, diferentemente do que a norma determina.
A matéria foi votada simbolicamente, mas o senador senador Randolfe
Rodrigues (PSOL-AP) pediu que fosse feita a votação nominal. Para ele, a
urgência é absurda e a tem como razão possibilitar a sanção do novo Código
Florestal antes da Conferência Mundial do Meio Ambiente, a Rio+20, a ser
realizada no Rio de Janeiro em 2012.
Ao defender o requerimento, do qual é um dos autores, o senador Rodrigo
Rollemberg (PSB-DF) - presidente da Comissão de Meio Ambiente, Defesa do
Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) - afirmou que a matéria está
pronta para ser votada. Lembrou que o Senado Federal começou a discuti-la
antes que ela chegasse à Casa, tendo ouvido o Ministério do Meio Ambiente, a
comunidade científica e organizações não governamentais.
- Construímos um ambiente de diálogo, de serenidade e de ponderação e, acima
de tudo, construímos um Código Florestal equilibrado - afirmou.
Durante a votação, vários senadores se manifestaram. A senadora Kátia Abreu
(PSD-TO) afirmou que o Brasil, ao contrário do que afirmou Randolfe
Rodrigues, tem muito a mostrar na Conferência, como a redução do
desmatamento, a redução da emissão de gás, e a preservação de 61% da
cobertura vegetal nativa brasileira.
O senador Blairo Maggi (PR-MT) afirmou que o novo Código Florestal significa
a "libertação do setor produtivo brasileiro". Segundo ele, o Código "vai dar
ao Brasil a possibilidade de ser o maior produtor do mundo e de dar o
exemplo na área de conservação". O senador Jayme Campos (DEM-MT) afirmou que
o Código é "um dos projetos mais importantes que o Congresso Nacional
discutiu nos últimos anos" e que ele vai dar segurança jurídica ao campo.
O senador Acir Gurgacz (PDT-RO) elogiou o "trabalho excepcional" dos
relatores da proposta, senadores Luiz Henrique (PMDB-SC) e Jorge Viana
(PT-AC), elaborando um texto que "atende a toda a população". Já Luiz
Henrique afirmou ser preciso restabelecer, no Plenário, o clima de
cordialidade, de sensatez, de equilíbrio e, principalmente, "o clima de
construção de uma lei definidora do futuro do país", que foram conquistados
na discussão da proposta nas Comissões.
A senadora Marinor Brito (PSOL-PA) afirmou que a população brasileira não
pode "aceitar a oficialização dos crimes ambientais" ou o desmatamento em
grande escala, que para ela estão presentes no texto de Luiz Henrique e
Jorge Viana.
O senador Ivo Cassol (PP-RO), por sua vez, afirmou que o Código consegue o
equilíbrio entre preservação e produção. O senador Sérgio Souza (PMDB-PR)
afirmou que a nova legislação ambiental brasileira vai servir de "parâmetro
para o resto do planeta". E o senador Valdir Raupp (PMDB-RO) disse que a
"vitória esmagadora" na votação do requerimento deve ser considerada, uma
vez que o Congresso Nacional é a representação do povo brasileiro.
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