Alfredo Braz, notário, um grande ser humano

Lembro-me de me ter encontrado várias vezes com o notário Braz nestas minhas deambulações institucionais.

Nunca nos cruzávamos sem um forte abraço, sem uma delicada mesura que, no meu caso, significava falar dos pequenos, da vida atribulada de São Paulo, das gigantescas batalhas que travamos no dia a dia.

Ele via meus filhos como se fossem rebentos serôdios. “Pai avoado”, dizia. Acho que foi ele que me revelou esta deliciosa expressão.

Pai avoado, mistura inusitada de pai e avô. Gostei ainda mais da expressão por conotar um descolamento das coisas mais prosaicas, de elementos que nos tingem de pó e cinzas e que afinal nos dão o exato sentido de nossa humanidade.

Mas os homens sonham que voam! Sentem nostalgia das estrelas!

Braz era um homem admirado e respeitado pelos seus pares.

Nesta vida, sabemos de tantas coisas que não necessitem ser ditas. Era assim com ele. Nunca soube um só detalhe de sua trajetória pessoal; nada de sua notaria, de como era visto por seus utentes, de como vivia na sua comunidade. Mas sabia que Braz era respeitado e admirado por todos.

Certas coisas não precisam ser formalmente declaradas.

Encontrei-me algumas vezes com Braz. Foram encontros fugazes, casuais, inesperados, alegres, confiados. Sei que os encontros casuais guardam um segredo que só aos iniciados é revelado. Assim é a vida.

Saúdo a partida do grande notário. Será também uma gloriosa chegada - uma estação encravada nalgum ponto entre as estrelas.

Boa viagem, amigo!

Publicado por: Sérgio Jacomino

Fonte:Site Registradores.org.br


Fonte: Site da ANOREG/BR  - 30/07/2009.

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