Advocacia-Geral da União (AGU) defendeu durante audiência realizada no dia
27 de outubro na Subcomissão Permanente da Amazônia do Senado Federal, que a
restrição de compras de terras por estrangeiros é comum no mundo inteiro e
não representa prática de xenofobia ou discriminação.
O Consultor-Geral da União, Arnaldo Godoy, sustentou que o Brasil precisa
ter mais controle sobre a compra de terras por parte de estrangeiros na
Amazônia. "Há países que sequer permitem a compra de terras por indivíduos
de outras nacionalidades. No mundo de hoje, informação é fundamental e
precisamos saber nas mãos de quem estão nossas terras" ressaltou. Ele ainda
complementou que a limitação "é uma questão estratégica, de soberania e até
de segurança alimentar".
Durante a audiência, Arnaldo Godoy apresentou um histórico das legislações e
dos conflitos jurídicos existentes sobre o tema desde o começo do Século 19.
A linha debatida pela AGU também foi acompanhada pelo Assessor de Políticas
Estratégicas do Ministério da Defesa, Capitão de Mar e Guerra Paulo César
Garcia e pela senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que organizou a
audiência.
Restrição de terras por estrangeiros
No ano passado, a Advocacia-Geral emitiu um parecer com interpretações
restritivas à aquisição das terras, regulamentada pela Lei nº 5.709/71. O
documento levou em consideração alterações no contexto social e econômico no
Brasil, bem como aspectos como a valorização das commodities agrícolas, a
crise mundial de alimentos e o desenvolvimento do biocombustível. A edição
do parecer tomou como base o Princípio da Soberania aplicado à ordem
econômica.
Representantes dos setores ligados à atividade agropecuária afirmam, no
entanto, que a restrição retraiu os investimos. A Comissão de Agricultura da
Câmara dos Deputados criou, inclusive, a Subcomissão Permanente da Amazônia
para discutir o caso.
A Consultoria-Geral da União é um órgão da AGU.
|